Brasil, 15 de junho de 2025
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Perigo oculto nos energéticos vendidos em estradas

A crescente popularidade de energéticos e suplementos cognitivos vendidos em postos de gasolina e lojas de conveniência está gerando preocupações entre autoridades de saúde. Conhecidos informalmente como “heroína de posto de gasolina”, muitos desses produtos contêm tianeptina, um fármaco não aprovado que pode causar dependência e sérios efeitos colaterais. Nos últimos meses, o FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) emitiu alertas significativos sobre os perigos dos produtos, ressaltando a necessidade de cautela ao considerar seu uso.

O que é a tianeptina?

A tianeptina é uma substância aprovada em alguns países estrangeiros como antidepressivo, geralmente prescrita em doses baixas para tratamento de depressão. No entanto, a FDA nunca autorizou seu uso nos Estados Unidos para qualquer condição médica. Além disso, a tianeptina não pode ser legalmente adicionada a alimentos ou vendida como suplemento alimentar.

Apesar dessa legalidade dúbia, empresas menores têm comercializado a tianeptina em diversas formas, com nomes de marcas que incluem Zaza, Tianaa, Pegasus e TD Red. De acordo com a Dra. Diane Calello, especialista em toxinas, “é uma área cinzenta de produtos de consumo, onde os conteúdos não são regulamentados ou testados como em medicamentos”.

Rotinas de consumo e riscos associados

Muitos produtos com tianeptina afirmam, sem qualquer evidência ou aprovação do FDA, que podem ajudar a tratar condições como dor, depressão e até mesmo dependência. Em 2018, o FDA já havia enviado uma carta de advertência a uma empresa que comercializava um produto chamado Tianna, alegando ser uma “solução incomparável para desejos por opiáceos”.

Embora a tianeptina não seja um opióide, ela se liga a alguns dos mesmos receptores do cérebro que os opióides, podendo provocar efeitos semelhantes ao do oxycodona. Os riscos fisiológicos da tianeptina são alarmantes; assim como os opiáceos, ela pode causar depressão respiratória.

O aumento no uso de tianeptina

Um estudo recente mostrou um aumento alarmante de 525% nas ligações para centros de controle de venenos ligadas à tianeptina entre 2018 e 2023. Aproximadamente 40% dos casos exigiam cuidados médicos, e mais da metade dos pacientes precisou de cuidados críticos. A Dra. Hannah Hays alerta que muitas pessoas, em busca de efeitos similares aos dos opiáceos, vêm utilizando esses produtos para automedicação. Isso pode levar a complicações graves, como diminuição da frequência respiratória.

Políticas e regulamentações

Embora a tianeptina não esteja incluída na Lei de Substâncias Controladas dos EUA, cerca de uma dúzia de estados promulgou leis que proíbem ou restringem a tianeptina. Estados como Alabama e Tennessee registraram áreas significativas de aumento nas chamadas relacionadas à tianeptina. No Alabama, a taxa de chamadas passou de um aumento alarmante de mais de 1.400% entre 2018 e 2021 para uma leve diminuição após a proibição da tianeptina em 2021.

Conclusão

A tianeptina, apesar das alegações de alguns produtos, apresenta sérios riscos à saúde. Especialistas avisam que o uso desses produtos deve ser evitado e recomendam que pessoas que enfrentam problemas como dependência, dor ou depressão busquem um profissional de saúde qualificado. Com a crescente presença de substâncias perigosas e não regulamentadas no mercado, é crucial que os consumidores permaneçam informados e cientes dos riscos que correm.

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