Brasil, 14 de junho de 2025
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Pânico entre torcedores e imigrantes com o Mundial de Clubes nos EUA

A repressão a imigrantes nos Estados Unidos gera insegurança entre torcedores, que temem fiscalizações durante o Mundial de Clubes.

Com o início do Mundial de Clubes nos Estados Unidos, muitos torcedores brasileiros enfrentam um clima de apreensão. O medo da atuação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) tem levado imigrantes a evitar lugares com aglomerações, como estadios e bares, e a história de W., uma brasileira na Filadélfia, reflete a situação. Ela, que está no país há quatro anos com toda a documentação em dia, decidiu não assistir à estreia do Flamengo na competição, preocupada com possíveis ações do ICE.

A invasão de imigrantes e a repressão governamental

W. expressa o sentimento de muitos imigrantes que, em meio ao acirramento das políticas de imigração do governo Trump, têm enfrentado uma rotina de medo e incertezas. “Está feio, muito feio. Os imigrantes estão com muito medo. Hoje, nem fui trabalhar. Estão fazendo muitas batidas nas ruas, nos mercados, nos bares… Onde tem aglomeração e sabem que é de imigrante, eles vão em cima, estão pegando mesmo”, afirma. A atmosfera tensa se intensificou após uma série de deportações que deixaram muitos imigrantes em pânico.

A situação é igualmente preocupante para a funcionária de um bar que organizou eventos para torcedores do Flamengo. Segundo A., a expectativa antes do torneio era alta, mas o surgimento de notícias sobre ações do ICE e desinformação afastou o público. “As fake news deixam o pessoal assustado, com medo de revistarem documentos durante o jogo”, diz. Muitas pessoas que compraram ingressos estão revendendo devido ao receio das inspeções.

Os impactos na venda de ingressos e na participação da comunidade

A Fifa, consciente da pressão que imigrantes e torcedores enfrentam, não se pronunciou enfaticamente sobre a situação, mas decidiu reduzir os preços dos ingressos para estimular a venda. A preocupação com a presença de agentes do ICE durante o torneio gerou um efeito oposto: a quantidade de ingressos disponíveis para as partidas permanece alta. As entradas variam desde 26 dólares (R$ 144) até valores exorbitantes, como 715 dólares (R$ 3.960) para a final.

A ausência de um posicionamento claro da Fifa

Em declaração, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou que a segurança dos torcedores deve ser uma prioridade, mas não se demonstrou preocupado com o impacto da repressão sobre os eventos. “O mais importante para nós é garantir a segurança de todos os torcedores que vierem às partidas. Essa é a nossa prioridade”, disse. Infantino insistiu que os estádios estarão cheios, apesar do clima de desconfiança que permeia a comunidade imigrante.

Consequências da repressão na vida cotidiana

Os imigrantes enfrentam um cenário de vigilância intensa, especialmente na construção civil, onde agentes do ICE realizam operações com frequência. Muitos trabalhadores, temendo deportações, têm optado por evitar o transporte público e ficar em casa. “Tem uns que nem pedem registro, já deportam direto. Com documento ou sem, estão mandando todo mundo embora”, relata W.

Enquanto isso, um porta-voz do ICE não se pronunciou sobre os protestos que têm ocorrido na Califórnia contra as políticas de imigração do governo. A inquietação gerada entre os torcedores também se reflete nas vendas, com muitos revendedores mostrando um aumento na oferta de ingressos para os jogos do mundial à medida que a expectativa vai diminuindo.

É evidente que as repercussões da repressão à imigração não afetam apenas a vida dos imigrantes, mas também a atmosfera da competição esportiva que deveria celebrar a união das culturas e a paixão pelo futebol. À medida que o Mundial de Clubes avança, a dúvida sobre a segurança dos torcedores e o cuidado em relação à imigração continuarão a ser questões que pairam sobre o torneio, dificultando a celebração de um dos eventos mais aguardados do futebol mundial.

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