O Mundial de Clubes que começa hoje nos Estados Unidos tem um protagonista indiscutível: Lionel Messi. O astro argentino, que já fez história em várias partes do mundo, agora é o centro das atenções com o Inter Miami, que estréia no torneio contra o Al Ahly no estádio Hard Rock, às 21h, no horário de Brasília. Em meio a esse cenário, Messi foi questionado sobre a renovação de seu contrato, que se encerra em dezembro. Sua resposta: “Não, não sei de nada”. Essa resposta revela tanto a incerteza quanto a complexidade da situação, não só do jogador, mas do impacto que sua presença tem no clube e no futebol norte-americano.
A importância comercial de Messi para o Inter Miami
Com a presença de Messi, o Inter Miami viu suas cifras de patrocinadores alcançarem a casa dos R$ 4 bilhões anuais, um aumento de 13% e um crescimento de 72% no valor do clube, que agora é avaliado em R$ 6 bilhões. A influência do craque argentino não se resume apenas ao desempenho em campo; sua imagem se tornou irresistível para os patrocinadores. Esse aumento significativo nas receitas é fundamental para o projeto de construção de um novo estádio, cuja inauguração, prevista para este ano, foi adiada.
Messi, ao longo desses dois anos, não só conquistou os corações dos fãs como também títulos importantes. Contudo, essa ascensão gerou um ambiente delicado nos bastidores do clube, onde a influência do camisa 10 tem sido um tema de discussão. Jorge Mas, proprietário do Inter Miami, mencionou que Messi aspira a ganhar tudo na Major League Soccer (MLS) e acredita que o jogador possui um legado para deixar aos seus filhos. Contudo, essa influência comercial poderia se tornar um problema no relacionamento interno do clube.
O clima tenso dentro do clube
A atmosfera no Inter Miami é complexa. Há um silêncio peculiar que rodeia como a chegada de Messi impactou o ambiente interno. Apesar de sua imagem pública ser serena, há incertezas e críticas que circulam nos bastidores. O técnico Javier Mascherano, ex-colega de Messi na seleção argentina, expressou sua insatisfação ao afirmar que gostaria de ter mais controle sobre as contratações e a formação do time. Essa situação reflete o quanto a presença de Messi alterou o equilíbrio de poder dentro da equipe.
Além disso, Guillermo Hoyos, que foi treinador de Messi na base do Barcelona, subiu ao poder no Miami e trouxe uma série de colaboradores, o que acabou gerando desconforto entre alguns membros da comissão técnica. O diretor Chris Henderson, que era o nome forte após a passagem por Seattle Sounders, foi surpreendido por essa movimentação e acabou seguindo para o Atlanta United. Essa mudança trouxe um ruído significativo dentro do clube.
A performance de Messi em campo
Nos últimos dois anos, a performance de Messi em campo tem sido excepcional: 59 jogos, 49 gols e 24 assistências, consolidando sua importância mesmo prestes a completar 38 anos. Ele quer jogar sua última Copa do Mundo em 2026 e está determinado a deixar sua marca na MLS. Essa mudança para a liga americana, após sua passagem pelo Paris Saint-Germain (PSG), foi estratégicamente planejada para que ele se tornasse a figura central do futebol nos Estados Unidos.
Além disso, um estudo realizado pela SponsorUnited revelou que as receitas com patrocínios na MLS chegaram a quase R$ 4 bilhões, superando as cifras anteriores. Esse crescimento é visível não apenas nas receitas, mas também na projeção e visibilidade do futebol nos Estados Unidos.
A influência nas transmissões e redes sociais
Com a contratação de Messi, a Apple TV, que detém os direitos de transmissão dos jogos da MLS, viu um aumento significativo no número de assinantes, adicionando 110 mil só no dia do anúncio das transmissões. Em um mês, esse número subiu para quase 300 mil, o que representa um impacto direto da presença de Messi. A plataforma pagou aproximadamente R$ 1,5 bilhões por ano para transmitir a competição até 2033.
Nas redes sociais, a visibilidade da MLS também cresceu, com aumentos de 26% no TikTok, 21% no YouTube e 10% no Instagram. Esses números demonstram que Messi não só está atraindo o público para os jogos, mas também ampliando o alcance e a popularidade do futebol nos EUA, que ainda busca seu espaço frente a esportes como a NFL, MLB e NBA.
Em resumo, a presença de Messi no Inter Miami é um fenômeno multifacetado que vai além do campo. Enquanto ele continua a quebrar recordes e conquistar títulos, os desafios administrativos e as dinâmicas de poder dentro da equipe se tornam cada vez mais evidentes. O impacto de Messi é inegável, não apenas no futebol, mas também na forma como o esporte é visto e consumido nos Estados Unidos.