Na última domingo, a herdeira Christy Walton, de 76 anos, publicou uma página inteira no The New York Times incentivando apoiadores a participarem dos protestos “No Kings” contra o presidente Donald Trump, programados para este sábado. A campanha gerou reações extremas entre apoiadores de Trump, que começaram a chamar por boicotes à Walmart, onde Walton detém uma fatia de 1,9% herdada de seu falecido marido, John Walton.
Reação de apoiadores e influenciadores direitistas à campanha de Walton
Far-right influencers, como Laura Loomer e figuras próximas à ala conservadora, criticaram duramente Walton. Laura Loomer chegou a compartilhar uma postagem defendendo que a herdeira não representa os valores do movimento e que a Walmart deveria se posicionar contra ela. Já a assessora da Casa Branca, Kari Lake, também manifestou sua desaprovação, considerando a ação uma afronta ao apoio ao presidente. Rep. Anna Paulina Luna, de Flórida, anunciou que também criticou Walton nas redes sociais.
Walmart nega envolvimento e reforça mensagem de paz
Um porta-voz da Walmart afirmou à HuffPost que a campanha de Walton é de caráter “pessoal” e que a empresa “não apoia ou financia” qualquer manifestação relacionada às protestas. Segundo o representante, Walton “não faz parte do conselho ou de qualquer decisão na empresa”.
Em comunicado, a Walmart também condenou qualquer forma de violência, destacando que a empresa “está focada na segurança de seus funcionários e clientes” na região de Los Angeles, onde há manifestações em andamento.
Controvérsia aumenta com novos anúncios e tensões políticas
O anúncio de Walton, publicado em março anterior, já tinha gerado polêmica, mas desta vez intensificou a polarização em torno do tema. Sua mensagem incentivava a participação cívica de forma pacífica, pedindo aos cidadãos que “escutem diferentes opiniões” e “se envolvam de maneira construtiva”.
Entretanto, apoiadores de Trump, inclusive influenciadores de extrema-direita, começaram a convocar um boicote à Walmart por suposta “inserção política” da herdeira. A repercussão levou o CEO da empresa, David Rainey, a alertar investidores sobre possíveis aumentos de preços devido às tarifas comerciais impostas pelo governo Trump, que podem impactar o setor varejista.
Histórico de tensão e protestos nos Estados Unidos
Reforçando o clima de disputa, Donald Trump, que já utilizou a força policial contra protestos em seu mandato anterior, ameaçou que qualquer manifestação contra seu governo ou eventos como o desfile militar deste sábado será enfrentada com “força pesada”. Ainda assim, a controvérsia envolvendo Walton mostra que o cenário político permanece altamente polarizado, com empresas e figuras públicas sendo alvo de disputas ideológicas acirradas.
A controvérsia sobre a publicação de Walton evidencia o impacto que opiniões pessoais de figuras influentes podem ter na opinião pública, especialmente em momentos de alta tensão política nos Estados Unidos.