O ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado, afirmou na noite dessa sexta-feira (13/6) que sua prisão foi um “mal-entendido”. Ele foi detido pela Polícia Federal (PF) em Recife (PE) sob suspeita de ter facilitado a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator em um inquérito que investiga a tentativa de golpe de 2022.
Machado fez suas declarações após deixar a prisão graças a uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em seu discurso, ele reitera que a relação com Mauro Cid era “protocolar” e não tinha conotações ilícitas.
“Foi tudo um grande mal-entendido. […] minha relação com Mauro Cid era profissional. Ele era ajudante de ordens do presidente e a gente sempre teve uma relação simples, normal, protocolar”, destacou Machado.
O ex-ministro explicou ainda que, durante sua detenção, manteve a mesma defesa apresentada à PF, onde admitiu ter contatado uma funcionária do Consulado Português, mas com a intenção de ajudar seu próprio pai. “Todo mundo sabe que o passaporte português demora em torno de três anos para ser retirado. Isso foi um mal-entendido porque pedi isso para meu pai”, afirmou.
O desdobramento da prisão
A prisão de Gilson Machado ocorreu na manhã de sexta-feira, dia em que Moraes também concedeu liberdade provisória ao político. Entretanto, esta decisão incluiu várias medidas cautelares que complicam a situação de Machado.
Restrições impostas
Entre as restrições, o ex-ministro deverá apresentar-se quinzenalmente ao juízo da comarca de origem, não poderá se ausentar da comarca, terá seu passaporte cancelado e está proibido de deixar o país. Além disso, não poderá se comunicar com outros investigados no processo referente à tentativa de golpe ocorrida em 2022.
A PET 12.100-DF, mencionado pelo juiz, é a petição que refere-se ao inquérito em questionamento, que investiga uma suposta articulação para um golpe durante as eleições do ano passado.
Repercussões na política brasileira
A prisão de Gilson Machado gerou grande repercussão entre os apoiadores e opositores do governo Bolsonaro. Durante o seu período à frente do Ministério do Turismo, Machado ficou conhecido por suas declarações polêmicas e pela defesa ardente das políticas de Bolsonaro. Agora, sua situação delicada pode impactar sua imagem e a confiança que seus apoiadores depositam nele.
O caso também levanta questões sobre o uso de cargos públicos para possíveis conluios e ilegalidades, especialmente em relação aos processos que se seguiram à presidência de Bolsonaro. Observadores políticos afirmam que a situação de Machado poderá ser um caso emblemático de outras investigações relacionadas ao governo anterior e suas práticas.
Próximos passos
Agora, Machado precisará enfrentar as restrições impostas pela Justiça enquanto tenta limpar seu nome. O político enfatizou que está disposto a se esclarecer e que a Justiça brasileira ainda possui um caminho a percorrer para resolver essa situação de maneira justa.
À medida que a trama se desenrola, muitos aguardam para ver se mais pessoas estarão implicadas neste caso e quais serão as consequências para o ex-ministro no cenário político atual do Brasil.
À medida que novas informações emergem, o público permanece atento às atualizações sobre este caso impactante na política nacional.