Brasil, 15 de junho de 2025
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Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil denuncia realidades alarmantes

Milhões de crianças ainda sofrem com o trabalho infantil no mundo, revelam dados da OIT e Unicef.

No último Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, as alarmantes estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Unicef ressaltaram a importância da luta contra essa grave violação dos direitos das crianças. Embora alguns progressos tenham sido alcançados, o cenário global ainda revela que milhões de crianças não conhecem a infância livre, com aproximadamente 138 milhões de crianças e adolescentes envolvidos em trabalho infantil, incluindo 54 milhões em condições perigosas.

A realidade global do trabalho infantil

A pesquisa mais recente, intitulada “Trabalho Infantil: Estimativas Globais 2024, Tendências e Perspectivas”, destacou que a África Subsaariana continua a ser a região mais afetada, com cerca de 87 milhões de crianças em situação de trabalho. A agricultura, que abriga 61% dos casos de trabalho infantil, é seguida pelos setores de serviços (27%) e indústria (13%). Embora a Ásia e o Pacífico tenham experimentado uma redução significativa, passando de 49 milhões para 28 milhões nos últimos quatro anos, o continente africano ainda enfrenta desafios enormes. A América Latina e o Caribe, embora apresentem uma leve queda no total de 8 para 7 milhões de crianças envolvidas, ainda permanecem em uma situação preocupante, onde as desigualdades de gênero são notórias, com os meninos sendo mais propensos a trabalhar, a menos que se considere o trabalho doméstico.

O impacto das políticas e cortes de financiamento

As declarações dos representantes da OIT e da Unicef ressaltam que, embora o progresso seja possível e tenha sido observado em algumas regiões, ainda há um longo caminho a percorrer. Gilbert F. Houngbo, Diretor Geral da OIT, afirmou que “as conclusões do relatório oferecem esperança e mostram que o progresso é possível”. No entanto, Catherine Russell, diretora-geral da Unicef, alertou que “muitas crianças ainda estão expostas a trabalhos perigosos para sobreviver”. A necessidade de aplicação de proteções legais, ampliação da proteção social, investimento em educação de qualidade e acesso a empregos decentes para adultos foi enfatizada como essencial para enfrentar essa realidade. Os cortes de financiamento em escala global, de acordo com Russell, ameaçam reverter os ganhos conquistados na luta contra o trabalho infantil.

A urgência da ação global

De acordo com os dados da OIT, o mundo não atingiu a meta de eliminar permanentemente o trabalho infantil até 2025, o que representa um chamado à ação urgente. As Nações Unidas destacam em suas mensagens que é hora de transformar a eliminação do trabalho infantil em uma realidade. A falta de iniciativas concretas para combater esse problema significa um futuro comprometido para milhões de crianças, que ainda não têm direito a uma infância plena e saudável.

O apelo global, portanto, é claro: é fundamental unir esforços para garantir que cada criança tenha a oportunidade de aprender, brincar e crescer em um ambiente seguro e acolhedor. Para isso, ações coordenadas entre governos, organizações não governamentais, setor privado e sociedade civil são essenciais para reverter essa situação alarmante e descartar o trabalho infantil como uma prática comum. A luta continua, e o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil deve servir não apenas como um lembrete, mas como um prompt para ações concretas.

Somente com um compromisso renovado e intervenções equitativas será possível proporcionar um futuro melhor para as próximas gerações e assegurar que todos os direitos das crianças sejam respeitados e protegidos.

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