A recente declaração do vice-primeiro-ministro e ministro dos Transportes da República Democrática do Congo (RDC), Jean-Pierre Bemba, ao acusar bispos de atitudes prejudiciais à estabilidade do país, gerou uma onda de preocupação entre os líderes católicos. A Conferência Episcopal Nacional da RDC (CENCO) expressou sua desaprovação e pediu à população que mantenha a unidade e a paz em momentos de tensão.
A resposta da CENCO às declarações de Bemba
Em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, Bemba, que ocupa um cargo de destaque no governo, fez acusações que a CENCO considera alarmantes. Em resposta, os bispos da Conferência Episcopal reafirmaram seu compromisso com a promoção da paz e coesão social no país. Em uma mensagem pública, enfatizaram a importância da oração, pedindo a intervenção do “Espírito de paz” na vida do ministro.
“Fiel à sua missão profética, a Igreja Católica está comprometida em promover e defender a paz no nosso país”, destacou a CENCO, ressaltando que as declarações de Bemba podem minar a confiança e a convivência pacífica entre os cidadãos congolenses. Os bispos apelaram à sociedade a não se deixar levar por manipulações e retóricas divisionistas que possam afetar o clima social já tão fragilizado.
A preocupação com a estabilidade social
Os líderes católicos alertaram para o impacto negativo que a desunião pode ter em um país que enfrenta desafios significativos. Segundo a conferência, as palavras de Bemba podem gerar uma deterioração na convivência, especialmente em um contexto onde a estabilidade e a paz são mais necessárias do que nunca. Eles pediram à nação para estar vigilante e unida, reforçando a necessidade de um compromisso coletivo em favor da paz.
Silêncio das autoridades gera desapontamento
A Conferência Episcopal também expressou sua decepção com a falta de reação por parte de outras instituições do governo, como o Procurador-Geral da Suprema Corte e a Assembleia Nacional. A ausência de um posicionamento perante acusações tão sérias deixou os bispos preocupados com o futuro da convivência pacífica no país.
“É triste ver que diante de uma situação tão delicada, as autoridades não se manifestem. A paz não pode ser uma questão secundária. Precisamos de ações que assegurem a estabilidade e a união do nosso povo”, afirmaram os prelados. Apesar das dificuldades e desafios enfrentados, a CENCO continua a invocar a proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria, clamando pela paz de todos os congolenses.
Em sumo, as declarações de um alto funcionário do governo como Jean-Pierre Bemba suscitam alertas entre líderes religiosos e sociedade civil. A mensagem da CENCO reitera que a paz e a coesão social devem estar acima de qualquer retórica que proponha divisão e rancor. O que se espera agora é que corações e mentes se mobilizem em prol da estabilidade e da união no Congo, um desejo compartilhado por muitos, independente de suas crenças e convicções.
Com um cenário político e social em constante transformação, a situação permanece delicada, exigindo atenção e ação de todos os setores da sociedade. É um momento oportuno para que os cidadãos se unam em torno de seus valores mais fundamentais: a paz, a solidariedade e o amor ao próximo.