Em uma celebração marcada pela alegria do Espírito de Pentecostes, o Arcebispo de Joanesburgo, Cardeal Stephen Brislin, se uniu à comunidade católica do Zimbábue residindo em Joanesburgo para uma missa especial. O evento, realizado na Catedral de Cristo Rei, trouxe à tona os vibrantes hinos zimbabuanos e destacou as tradições culturais ricas do país, reunindo fiéis católicos que vivem na extensa cidade de Joanesburgo.
Uma celebração significativa
Na sua declaração ao Escritório de Comunicação da Conferência Episcopal Católica da África Austral, o Cardeal Brislin descreveu o evento como “uma celebração muito alegre de Pentecostes”, ressaltando a presença do Espírito Santo entre os participantes. Ele enfatizou a importância da diversidade na Igreja, afirmando: “Diversidade é enriquecimento. Na nossa diversidade, estamos unidos pelo único Senhor e Salvador, Jesus Cristo.” Ao proferir essa mensagem, o prelado destacou a importância de manter o foco na mensagem do Evangelho, independentemente das diferenças culturais.
O cardeal, que tem 68 anos, afirmou que o Pentecostes é um lembrete da natureza universal da Igreja. “Certamente, vimos que a Igreja é uma família de Deus espalhada pelo mundo, composta por muitas línguas e culturas, mas unida pela nossa fé”, disse Brislin, reforçando o aspecto inclusivo e acolhedor da celebração.
Unidade em uma sociedade diversa
O Cardeal Brislin também abordou questões de unidade em uma sociedade marcada por divisões raciais, étnicas e de classe econômica. Ele fez um apelo à solidariedade, afirmando que “para construir uma nação, devemos estar dispostos a sacrificar-nos e a colocar as necessidades dos outros antes das nossas”. Com este espírito de cooperação, segundo ele, é possível atender aos melhores interesses da África do Sul, evitando divisões por motivos políticos ou econômicos.
Participação ativa na comunidade local
Em uma entrevista com a Assessoria de Comunicação da SACBC, Christina Dawn Nzwere, vice-presidente da Comunidade Católica do Zimbábue em Joanesburgo, expressou sua gratidão pela presença do Cardeal Brislin e pela mensagem inclusiva que ele compartilhou. “Hoje é um dia especial para nós. Sua Eminência veio celebrar a missa conosco, e a sua homilia foi muito acolhedora”, afirmou Nzwere.
Ela destacou que a comunidade zimbabuense se reúne mensalmente em diferentes decanatos e atua ativamente em trabalhos de caridade tanto na África do Sul quanto no Zimbábue. “Pertencemos a paróquias e estamos integrados nas comunidades locais. A maioria de nós canta em corais, serve como ministros extraordinários e participa ativamente de várias associações”, acrescentou a vice-presidente.
Desafios enfrentados pela comunidade
Contudo, um dos desafios enfrentados pela comunidade diz respeito à documentação legal. “A maioria de nós não tem documentos adequados — alguns estão vencidos e outros ainda estão em processo de renovação. Estamos buscando a ajuda da Igreja para agilizar esses processos, para que possamos praticar o culto, circular livremente e nos integrar plenamente na sociedade”, declarou Nzwere.
Ela finalizou sua declaração com uma afirmação sincera sobre pertencimento: “Quando estou na África do Sul, este é o meu lar. Como disse certa vez o Arcebispo Emérito Buti Tlhagale OMI: ‘Se é católico, não é estrangeiro em nenhum país’. Portanto, digo que sou sul-africana em virtude de ser católica.” Essa afirmação ressoa com a realidade de muitos membros da comunidade, que, apesar das dificuldades, se sentem parte integral do tecido social sul-africano.
Assim, a celebração do Pentecostes não apenas reforçou os laços espirituais entre os católicos do Zimbábue e a Igreja em Joanesburgo, mas também lançou luz sobre as questões sociais e as necessidades que ainda precisam ser abordadas. A mensagem de inclusão e solidariedade proferida pelo Cardeal Brislin ressoa como um chamado à ação para todos os fiéis, incitando à construção de uma sociedade mais unida e acolhedora.
