O presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira que iniciará o processo de “faseamento” da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) ao fim da temporada de furacões deste ano, reduzindo o dinheiro federal destinado a ações de resposta e recuperação.
Plano de reduzir ou substituir a FEMA
Segundo Trump, a FEMA não tem sido uma “experiência bem-sucedida”, sendo “muito cara e ineficaz”, conforme declarou a jornalistas no Salão Oval. Ele sugeriu que ajudas federais de desastres passarão a ser entregues diretamente pelo Casa Branca, embora ainda não tenha definido quem ficará responsável.
“A ideia de uma agência como a FEMA não foi uma experiência de sucesso. É muito onerosa e não entrega resultados”, afirmou Trump. Ele reforçou ainda que espera que os estados assumam uma maior responsabilidade pelos custos de recuperação, citando que “se um estado for atingido por um furacão ou tornado, o governador deve ser capaz de lidar com isso”.
Contexto de uma temporada de furacões com previsão de alta atividade
De acordo com a NOAA, há uma previsão de 60% de possibilidade de uma temporada de furacões acima da média de atividade. Os estados já estão em alerta para enfrentar desastres naturais, com muitos, como Texas e Flórida, dizendo estar prontos para agir sem tanta assistência federal.
Nos últimos anos, a FEMA distribuiu bilhões em auxílios, como os mais de US$ 1 bilhão destinados à recuperação da Flórida após o Furacão Ian em 2022. Apesar disso, Trump tem insistido que as comunidades devem se responsabilizar pelos custos e ações de emergência.
Reações de lideranças estaduais e críticas ao fim da FEMA
Governo da Texas, representado pelo secretário-adjunto Andrew Mahaleris, afirmou que o estado possui uma das maiores operações de gestão de emergência do país e que está preparado para atuar em qualquer desastre, independentemente das mudanças propostas.
Já o governador democrata da Carolina do Norte, Josh Stein, declarou que “FEMA deve ser aprimorada, não desmontada”, reforçando a necessidade de fortalecer o sistema ao invés de eliminá-lo.
Impactos e desafios do projeto de Trump
Especialistas apontam que o aumento nos gastos federais com desastres tem ocorrido devido ao crescimento na frequência de eventos extremos, como furacões e incêndios florestais, que custaram bilhões de dólares às autoridades americanas. O relatório do Congressional Budget Office (CBO) indica que os financiamentos ao DRF, fundo de auxílios a desastres, cresceram de forma expressiva desde 2005.
Homeland Security Secretary Kristi Noem reforçou que a retirada da FEMA daria maior autonomia aos governadores, dizendo que “as pessoas são responsáveis por responder às suas próprias comunidades”.
Por outro lado, críticos alertam que uma mudança radical poderia prejudicar a coordenação e a eficácia no enfrentamento de grandes calamidades, especialmente em um cenário de aumento de eventos climáticos severos.
Perspectivas futuras e possíveis repercussões
A administração ainda não esclareceu quem assumiria as funções atualmente desempenhadas pela FEMA, ou se os recursos federais continuarão sendo disponibilizados de forma direta às comunidades. Analistas argumentam que a proposta de Trump pode transformar o modelo de gestão de desastres nos EUA, com risco de maior desigualdade na resposta às crises.
O governo anunciou que divulgará um decreto detalhado nas próximas semanas, definindo os procedimentos, antes do encerramento oficial da temporada de furacões em 30 de novembro.