Brasil, 14 de junho de 2025
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STF avança no julgamento sobre responsabilização das redes sociais

O STF decide sobre a responsabilização das redes sociais por conteúdos ilegais, com novas diretrizes no Marco Civil da Internet.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu um passo importante na quinta-feira ao avançar no julgamento sobre a responsabilização das redes sociais pela publicação de conteúdos considerados ilegais. A definição de como as plataformas devem agir frente a incidentes de calúnia, difamação e outros crimes na internet está em debate, com o voto do ministro Alexandre de Moraes consolidando a maioria necessária para ampliar as sanções. Os ministros ainda precisam resolver divergências sobre a necessidade de ordem judicial para a remoção de postagens indesejadas, um ponto central que se relaciona diretamente com o artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Divergências entre os ministros

Atualmente, o placar está em 7 a 1, mas não há consenso entre os ministros sobre os critérios para a responsabilização das plataformas. Quando se discute crimes contra a honra, como a calúnia, há uma divisão: alguns ministros defendem que a ordem judicial é imprescindível para a remoção do conteúdo, enquanto outros acreditam que uma notificação extrajudicial é suficiente. Esse debate reflete a complexidade da legislação vigente e as particularidades que cada caso pode envolver.

Responsabilidade por conteúdos patrocinados

Um dos aspectos que se destaca como consenso entre os ministros é a responsabilidade das redes sociais em relação a conteúdos patrocinados. Neste caso, as plataformas devem ser diligentes em verificar se o material veiculado é criminoso, trazendo uma nova camada de responsabilidade para o susposto “livre mercado” das redes sociais.

Opinões divergentes sobre o Marco Civil

Dos oito ministros que já se manifestaram, apenas André Mendonça defendeu a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil. Esse artigo estabelece que os provedores de internet só podem ser responsabilizados civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se não tomarem as providências necessárias após uma ordem judicial. Por outro lado, um pequeno número de ministros interpreta esta parte do marco como inconstitucional, complicando o cenário jurídico que se desenha.

Próximos passos no julgamento

O julgamento será retomado no próximo dia 25, onde o ministro Edson Fachin é esperado para apresentar um voto que promete ser “equidistante” das posições já discutidas. Até esse retorno, os ministros Nunes Marques e Cármen Lúcia também devem se manifestar, oferecendo uma oportunidade para uma nova configuração de votos e talvez uma solução mais consensual.

Busca por um consenso

Ministros como Dias Toffoli buscam ativamente um posicionamento intermediário em questões relacionadas à responsabilização das plataformas. Nos julgamentos passados, a intermediação foi uma estratégia utilizada para alcançar acordos, e isso pode se repetir nesta análise dos limites da responsabilidade digital das empresas.

Desafios emergentes e obrigações das plataformas

Outro ponto que está sendo discutido é a responsabilização das redes sociais por uma “falha sistêmica”. Barroso, por exemplo, argumenta que as plataformas precisam adotar medidas mais rigorosas para evitar conteúdos que propaguem pornografia infantil, incitação ao suicídio e outros crimes graves. Uma proposta lançada sugere que, caso as empresas falhem em manter a segurança, elas possam ser punidas com base em legislações existentes no Código de Defesa do Consumidor.

A crítica à autorregulação das redes sociais

O voto do ministro Alexandre de Moraes foi notoriamente crítico em relação à autorregulação das redes sociais. Ele não hesitou em expor as falhas gravíssimas que surgem dessa prática, destacando casos de incitação à autolesão entre jovens, comportamentos que têm se tornado alarmantes nas plataformas digitais. Moraes enfatizou que a falência da autorregulação é um claro indicador de que medidas mais robustas precisam ser implantadas.

Assim, com a continuidade desse julgamento, o STF está moldando as bases para uma regulamentação mais eficaz e clara das redes sociais no Brasil, o que pode impactar diretamente a forma como conteúdos são geridos e como a liberdade de expressão é interpretada em um mundo cada vez mais digital.

A responsabilidade das redes sociais é um tema emergente e que gera debate intenso, e o desenrolar desse processo no STF pode definir não só o futuro da legislação no Brasil, mas também servir de modelo para outros países enfrentando cenários similares.

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