O setor de serviços no Brasil apresentou um crescimento de 0,2% em abril, alcançando a terceira alta consecutiva, porém demonstrando sinais de desaceleração, conforme análise de economistas. A variação modesta reforça o cenário de arrefecimento da atividade econômica, impulsionado principalmente pelo forte desempenho do agronegócio, que contribuiu para o avanço do transporte, que teve ganho acumulado de 2,8% nos últimos três meses, explica Stéfano Pacini, pesquisador do FGV Ibre.
Desaceleração no comércio e impacto da inflação
A queda nas vendas do comércio reflete, de um lado, a inflação de alimentos, e, de outro, o efeito dos juros altos. Segundo reportagem publicada pelo O Globo, a inflação no setor de alimentos tem pressionado o consumo, enquanto os juros elevados dificultam a recuperação do varejo.
Para o economista Rodolfo Margato, da XP, a desaceleração fica evidente na abertura dos setores, com maior parte registrando queda, exceto pelo transporte de cargas, que mantém crescimento de mais de 2,5% nos últimos três meses. “Nos próximos meses, o setor pode manter uma trajetória lateral, com variações próximas de zero, ainda por um ou dois meses”, avalia. A expectativa de desaceleração para o segundo semestre do ano também cresce.
Pesquisa de serviços aponta perda de fôlego
A análise do Bradesco sobre a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) aponta que, após um desempenho robusto no primeiro trimestre, os dados do segundo trimestre indicam uma perda de ímpeto do consumo. O desempenho dos serviços prestados às famílias também teve leve retração de 0,1% em abril, o que reforça a previsão de desaceleração já para o segundo trimestre.
Reforma do IR e distribuição de renda
Também em destaque, o debate sobre a reforma do Imposto de Renda aponta que, sem a implementação de alíquota mínima para os super-ricos, não há melhora significativa na distribuição de renda, conforme declarações de secretários do governo. A medida é alvo de críticas por sua efetividade social.
Perspectivas e impactos futuros
Segundo especialistas, os dados do setor de serviços corroboram a tendência de desaceleração gradual da atividade econômica mais sensível ao ciclo econômico do país. Apesar disso, a manutenção de um mercado de trabalho robusto, com crescimento sustentado de empregos e renda real, pode amenizar os efeitos de condições monetárias mais restritivas, afirma Pacini. A expectativa é que o cenário de estabilidade ou leve baixa prevaleça nos próximos meses, influenciando o ritmo de crescimento do PIB e do consumo.
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