Brasil, 14 de junho de 2025
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Por que as pessoas têm menos filhos, mesmo querendo

Fatores econômicos, políticas e insegurança global dificultam zerar o desejo de ter filhos

O índice global de fecundidade caiu para menos da metade do que era na década de 1960, aponta o levantamento das Nações Unidas, com muitas pessoas querendo ter mais filhos, mas enfrentando obstáculos.

Gravidade do declínio na taxa de fertilidade

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a taxa de natalidade em muitos países está abaixo do nível de reposição, que é necessário para manter a população estável. Aproximadamente 20% de adultos de países como China, Estados Unidos, Brasil e nações europeias acreditam que não poderão ter o número de filhos desejado.

Razões além da infertilidade

O relatório divulgado nesta semana revela que, para a maior parte dessas pessoas, o impedimento não é a infertilidade, mas fatores econômicos, de acesso a serviços de saúde, e insegurança ao redor do mundo. Entre as principais causas estão limitações financeiras (39%), dificuldades de moradia (19%), falta de creches de qualidade (12%) e desemprego ou instabilidade no trabalho (21%).

Impacto das políticas públicas e desafios sociais

Shalini Randeria, presidenta da Universidade Central Europeia em Viena e conselheira do UNFPA, afirma que muitas pessoas estão dispostas a ter mais filhos se as condições fossem melhores. “O dever do governo é criar condições de bem-estar, garantir emprego, diminuir barreiras legais e oferecer serviços de saúde de qualidade”, avalia.

Ela critica medidas que restringem direitos reprodutivos, como cortes no Medicaid nos Estados Unidos ou políticas restritivas em relação à saúde reprodutiva, que, além de prejudicarem direitos, afetam negativamente as taxas de natalidade por serem contraproducentes do ponto de vista demográfico.

O impacto da economia global na decisão de ter filhos

O estudo realizado pelo UNFPA, em parceria com o YouGov, ouviu pessoas de 14 países de diferentes continentes, representando mais de um terço da população mundial. A inflação elevada, que atingiu os maiores níveis desde os anos 1990, e o aumento do custo de vida também contribuem para que famílias adiem ou desistam de ter filhos.

Perspectivas futuras

Especialistas destacam que a recuperação econômica e o fortalecimento de políticas de apoio à família são essenciais para reduzir essa disparidade entre vontade e realidade. A criação de um ambiente que propicie equilíbrio entre trabalho e vida familiar pode reverter essa tendência em alguns países e oferecer esperança às famílias que desejam ampliar sua prole.

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