Brasil, 14 de junho de 2025
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Polícia resgata 62 pacientes em cárcere privado no Rio de Janeiro

A operação resultou na prisão de 11 pessoas por abusos em clínica clandestina.

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) realizou uma operação surpreendente na última quinta-feira, 12 de junho, na comunidade terapêutica “Recomeçar”, localizada no bairro Santa Cândida, em Itaguaí, Baixada Fluminense. Durante a ação, 11 indivíduos foram presos por manter 62 pacientes em cárcere privado, sob condições consideradas inumanas e degradantes.

Condições precárias dos pacientes

Os pacientes, todos dependentes químicos, eram encarcerados neste espaço sem qualquer autorização legal e eram submetidos a severas punições caso tentassem deixar o local. De acordo com informações da polícia, as punições incluíam privações de alimentos, visitas de familiares e, em casos extremos, agressões físicas. O cenário alarmante levantou preocupações sobre a saúde e o bem-estar dos acolhidos, levando a uma investigação aprofundada por parte das autoridades.

As investigações tiveram início em outubro do ano passado, após a trágica morte de Carlos Alberto da Silva de Oliveira, um dos internos que foi internado no Hospital Municipal São Francisco apresentando um grave quadro de pneumonia. Essa morte chamou a atenção da polícia, que começou a apurar as circunstâncias em que os outros pacientes estavam vivendo. A partir daí, foram reunidas várias evidências que confirmaram os abusos ocorridos na clínica, destacando uma série de delitos contra os direitos humanos.

Operação policial e resgate dos pacientes

A operação culminou em um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça, que foi cumprido na quinta-feira, resultando no resgate dos 62 internos, que se encontravam em condições extremamente insalubres. Segundo os agentes, o local de funcionamento da clínica clandestina foi um imóvel situado na Rua Dona Elizabeth, número 10, e as condições eram tão graves que os resgatados foram imediatamente encaminhados para instituições de apoio e assistência social.

No momento da ação, os 62 pacientes eram vigiados por uma equipe composta por dois administradores e nove monitores, que também foram presos. As prisões ocorreram em circunstâncias que demonstraram claramente o cárcere privado em que os internos estavam sendo mantidos. Após a ação, os detidos foram levados para a delegacia, onde foram autuados em flagrante por cárcere privado e associação criminosa.

Reações da comunidade e autoridades

A ação gerou forte repercussão na comunidade e entre as autoridades locais. A Promotoria de Justiça da região apoiou ativamente na operação, e a expectativa é que o caso resulte em uma investigação mais ampla sobre outras possíveis clínicas clandestinas que operam de maneira ilegal, colocando em risco a vida de pessoas vulneráveis.

Além disso, esse incidente traz à tona uma discussão necessária sobre a regulamentação e fiscalização de casas de acolhimento e terapias para dependentes químicos no Brasil. É fundamental que as autoridades garantam a proteção dos direitos dos pacientes e que façam valer as normas que regulamentam esse tipo de assistência, evitando outros casos de abuso e garantindo melhores condições para aqueles que buscam ajuda em sua recuperação.

Conforme continua o trabalho para resgatar vítimas e responsabilizar os envolvidos, a Polícia Civil destaca sua prioridade em combater esse tipo de crime, reafirmando o compromisso em proteger os cidadãos e assegurar que situações de abuso como esta não se repitam.

Para mais informações sobre este caso e outros casos de denúncias de maus-tratos em instituições de acolhimento, continue acompanhando as atualizações da PCERJ e outras fontes de notícias locais.

O trabalho da polícia é um passo importante na luta contra o cárcere privado e em favor dos direitos humanos no Brasil, e a sociedade aguarda com expectativa os desdobramentos adicionais desse caso.

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