Brasil, 14 de junho de 2025
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Polarização política afeta popularidade de Lula, diz Paulo Pimenta

Em entrevista, ex-secretário de Comunicação destaca os desafios enfrentados pelo governo na era da polarização e das redes sociais.

Cinco meses após deixar a Secretaria de Comunicação, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) compartilha suas reflexões sobre os desafios enfrentados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em recuperar a popularidade. Em uma entrevista ao GLOBO, Pimenta atribui grande parte da dificuldade à intensa polarização política que permeia o cenário nacional.

A polarização como fator crítico

Pimenta, que atuou como secretário de Comunicação, aponta que a polarização não só afeta o clima político, mas também as percepções do governo. “O que dificulta o índice de aprovação do governo não é a falta de políticas públicas, é o ambiente de polarização em que o país vive. Precisamos entender que a comunicação é tarefa de todos e não apenas da Secom”, afirmou o deputado.

Ele enfatiza que a comunicação em política não se compara ao marketing tradicional. “Na política, a cada ação há uma reação, muitas vezes alimentada pelas redes sociais e por uma extrema direita organizada e combativa”, explicou Pimenta, ressaltando a necessidade de uma abordagem de comunicação que não apenas promova ações, mas que estabeleça uma disputa de narrativa constante.

Desafios diários na comunicação do governo

Durante a conversa, Pimenta abordou a necessidade de uma comunicação mais proativa e anticipatória. “Antes de lançar um programa, é crucial fazer um planejamento que permita a comunicação se preparar para os desafios”, disse. No entanto, ele reconheceu a realidade dinâmica da política, que muitas vezes demanda respostas rápidas e adaptações às circunstâncias imprevistas.

Um exemplo recente citado por ele foram os desafios relacionados à taxação de importações, que não estavam no planejamento inicial. “Quando me deparo com situações que não estavam no horizonte que preparei, é preciso ‘apagar incêndios’. Essa é a realidade da comunicação política”, afirmou.

A relação com o presidente e as críticas

Pimenta também refletiu sobre sua saída da Secom e as críticas públicas do presidente Lula em relação à comunicação. “Eu sempre tive uma relação franca com o presidente. Ele nunca teve a intenção de me atingir com as críticas”, declarou. Ao ser questionado sobre a diferença no tom da comunicação após sua saída, Pimenta respondeu que embora possa haver mudanças na forma, o conteúdo essencialmente permanece similar, dada a complexidade da situação política.

Medidas para reverter a baixa popularidade

Na entrevista, Pimenta discutiu estratégias que o governo pode implementar para recuperar a popularidade. Ele destacou a importância de intensificar as entregas e amplificar a narrativa sobre as conquistas do governo. “Os números do governo têm potencial para melhorar. É preciso que o novo secretário de Comunicação, Sidônio, amplifique o que estamos fazendo”, disse Pimenta, mostrando otimismo em relação à capacidade da nova equipe em reverter a situação.

Pimenta acredita que as políticas públicas devem chegar à população de forma tangível para que haja uma mudança na percepção do governo. “Quando as pessoas começarem a ver as políticas que nós implementamos, a tendência é que a aprovação aumente”, finalizou o deputado.

Com os desafios atuais e a polarização em alta, o governo Lula precisa, mais do que nunca, de uma estratégia de comunicação sólida e eficaz. A luta pela recuperação da popularidade é uma tarefa coletiva que envolve toda a administração pública.

Essa entrevista mostra que o caminho para a aceitação do governo é complexo, mas não impossível, se houver um esforço consciente para dialogar com a população e demonstrar as ações concretas que estão sendo realizadas.

Leia a entrevista completa aqui

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