Os preços do petróleo tiveram alta superior a 8% nesta sexta-feira (13), sendo negociados próximos às máximas de vários meses, após ataques em larga escala de Israel contra o Irã, que provocaram retaliações iranianas. A tensão aumenta o temor de interrupções no fornecimento de petróleo pelo Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas do planeta.
Crises entre Israel e Irã elevam preços do petróleo e assustam mercados
O barril de Brent subia 8,94%, cotado a US$ 75,59 às 7h20, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, aumentava cerca de 9%. Em paralelo, as ações de bolsas internacionais despencaram e houve movimentos de fuga para ativos considerados seguros, como ouro, dólar e franco suíço.
A escalada começou com ataques israelenses às instalações nucleares, fábricas de mísseis balísticos e comandos militares do Irã. Israel afirmou que essa ofensiva visa impedir que Teerã obtenha armas nucleares. A instalação nuclear de Natanz foi parcialmente danificada, segundo organização de energia atômica do Irã, embora sem risco de contaminação radioativa.
Preocupação com o Estreito de Ormuz e o mercado de petróleo
O principal temor dos analistas é se esses acontecimentos poderão afetar o fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz, uma hidrovia vital que responde por cerca de um quinto do consumo global, ou seja, aproximadamente 18 a 19 milhões de barris diários. Segundo Ole Hvalbye, analista do SEB, até o momento, não houve impacto na circulação de petróleo na região.
Caso o conflito se intensifique e haja fechamento do estreito ou resposta de produtores regionais, analistas do JPMorgan alertaram que os preços do petróleo poderiam chegar a US$ 120-130 por barril, quase o dobro do cenário atual. Ainda assim, o ganho recente de US$ 10 por barril não refletiu uma redução na produção iraniana ou uma possível escalada com interrupções nos fluxos de energia.
Reações internacionais e expectativas de curto prazo
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, condenou a ação israelense, chamando-a de “unilateral”, e pediu que Irã não ataque interesses ou pessoal dos EUA na região. Janiv Shah, analista da Rystad, acredita que a tendência é de resistência à alta do petróleo, especialmente se os conflitos não se prolongarem além do fim de semana ou de uma semana.
Especialistas destacam que esse momento exige atenção às possíveis evoluções do conflito e à estabilidade do mercado global de energia. A expectativa é de que, por ora, os preços continuem sob pressão, com riscos de aumento dependendo do desdobramento dos ataques e retaliações.
Impactos futuros e cenários de escalada
Caso o conflito entre Israel e Irã se intensifique, a interrupção do fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz pode desencadear uma crise energética global, elevando os preços de forma significativa. Os analistas repetem, porém, que, até agora, o mercado tem demonstrado resiliência e resistência às tensões.
Autoridades internacionais acompanham de perto a situação, enquanto o mercado de energia aguarda por próximos movimentos que podem determinar o ritmo e os preços do petróleo nas próximas semanas.
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