De acordo com uma pesquisa do Gallup, o posicionamento pró-vida registrou leve crescimento de 41% para 43% entre 2024 e 2025, enquanto o apoio ao movimento pro-choice caiu de 54% para 51%. O estudo também destacou que mais pessoas consideram o aborto moralmente errado ou favorável apenas sob condições restritas.
Aumento do apoio pró-vida e suas implicações
Os dados apontam que 57% das mulheres ainda veem o aborto como moralmente aceitável, frente a 40% dos homens, embora ambos os gêneros tenham registrado queda nesse apoio, com diminuições de 3 e 7 pontos percentuais, respectivamente. Michael New, especialista no Instituto Lozier e professor da Busch School of Business na Universidade Católica de Washington, interpretou esses resultados como uma “boa notícia para o movimento pró-vida”.
New ressaltou que as estatísticas contrariam a narrativa predominante na mídia que indica aumento do sentimento pró-escolha após a decisão Dobbs em maio de 2022. Segundo ele, desde então, o percentual de quem se identifica como pró-escolha aumentou apenas 2 pontos percentuais, e outros indicadores do Gallup demonstram um aumento modesto de apoio ao aborto legal.
Histórico de dados do Gallup mostram que a maioria dos entrevistados, desde 1995, apoia o aborto apenas em circunstâncias específicas ou não apoia de forma alguma. Após a decisão Dobbs, em 2022, houve uma leve subida no apoio ao aborto em todas ou na maioria das circunstâncias, mas essa tendência vem se revertendo desde então.
Casos judiciais e ações legislativas recentes
Um caso extremo chama atenção nos Estados Unidos: um homem de 38 anos foi preso na Texas por supostamente dar um medicamento abortivo à namorada sem consentimento. A vítima, que estava grávida de seis semanas, revelou que, após a ingestão, sofreu forte sangramento e a morte do bebê foi constatada por ultrassom. Justin Anthony Banta, que trabalha na área de tecnologia do Departamento de Justiça, responde por homicídio qualificado por provocar aborto e por adulterar evidências, tendo apagado mensagens de seu celular.
Segundo a polícia, Banta tentou apagar provas remotamente, o que levou à sua prisão e à apreensão do aparelho. Ele nega as acusações e pagou fiança de US$ 500 mil, sendo atualmente liberado enquanto o caso segue em investigação.
Tribunal de Montana revoga restrições ao aborto
A Suprema Corte de Montana anulou nesta semana três normas que limitavam o acesso ao aborto, em uma decisão de 6 a 1. Entre as medidas derrubadas estão a proibição de abortos após 20 semanas e regras que exigiam ultrassonografia e consulta presencial antes do uso de medicamentos abortivos.
O Tribunal reafirmou a legalidade do direito ao aborto no estado, estabelecido na constituição local em novembro passado, e destacou a inconstitucionalidade dessas restrições, que foram substancialmente alteradas ou suspendidas por tribunal em 2021.
Legislação de ensino sobre desenvolvimento fetal em Iowa
O governador de Iowa, Kim Reynolds, sancionou uma lei que obriga escolas de Ensino Fundamental e Médio (grades 5 a 12) a ensinar sobre a humanidade do bebê no útero, incluindo desenvolvimento fetal, na disciplina de saúde e crescimento humano. Materiais de organizações abortistas, como Planned Parenthood, são explicitamente proibidos na legislação, que visa divulgar a visão pró-vida no ambiente escolar.
Leis similares estão sendo adotadas em outros estados, como Kentucky, Missouri, Pennsylvania, Texas, Arizona, Idaho e Tennessee, ampliando a discussão sobre o desenvolvimento fetal nas escolas públicas.
Universidade Católica de Chicago encerra parceria com grupo pró-aborto
A Universidade DePaul, de Chicago, desfez sua ligação com o grupo “Planned Parenthood Generation Action”, alegando conflito com os ensinamentos católicos. A instituição afirmou que não apoia grupos que tenham missão contrária aos valores da Igreja e destacou seu compromisso com o diálogo sobre saúde reprodutiva, apesar da decisão de suspender o vínculo com a organização abortista.
A medida reflete o esforço de várias universidades católicas de alinhar suas ações às orientações morais da fé, especialmente em um contexto de debates acalorados sobre o aborto.
Perspectivas futuras
Especialistas apontam que o crescimento do apoio aos valores pró-vida em 2025 pode influenciar decisões políticas e legislativas nos Estados Unidos, ampliando o debate sobre o direito à vida e as restrições ao aborto em diferentes estados. Além disso, ações legislativas em estados como Iowa representam uma tendência de promover a educação favorável à visão pró-vida nas escolas públicas.