Brasil, 14 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Mudanças no IR podem ampliar desigualdade, aponta estudo

Estudo do Ministério da Fazenda alerta que ampliar isenção do IR sem tributar mais os mais ricos pode piorar a distribuição de renda

Um estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgado nesta sexta-feira (13), revela que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, sem aumento de tributos para os mais ricos, pode ampliar a desigualdade de renda no Brasil. A proposta do governo enviada ao Congresso em março prevê melhorias na faixa de isenção e novas medidas de compensação.

Impacto da ampliação da faixa de isenção do IR

De acordo com o estudo, o projeto prevê aumento da isenção do IR de R$ 2.824 para R$ 5 mil a partir de 2026, beneficiando cerca de 10 milhões de contribuintes que deixariam de pagar imposto. Além disso, há uma proposta de isenção parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais. Para compensar a perda de arrecadação, o governo deseja tributar mais os rendimentos altos, com uma carga de até 34% sobre dividendos de pessoa física e empresas, além de taxar mais os super ricos, com renda superior a R$ 50 mil mensais.

Desafios e críticas ao projeto

Apesar de contar com apoio no Congresso, há resistência quanto ao aumento de tributos. Segundo Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a medida visa também combater desigualdades: “Hoje, uma pessoa de altíssima renda paga menos imposto do que profissões essenciais como professores, policiais ou enfermeiros”.

Distorções na progressividade do IR

O estudo aponta que o atual sistema do IR apresenta distorções que prejudicam sua progressividade. Entidades de renda mais elevada, como os 0,01% mais ricos, possuem alíquotas efetivas menores que contribuintes de baixa renda. Atualmente, essa alíquota atingiria 5,67% para esse grupo, com uma renda média de R$ 5,25 milhões por mês. Com a proposta de uma alíquota mínima de 10%, a carga efetiva desses mais ricos poderia aumentar em 45%, promovendo maior justiça fiscal.

Perspectivas para a distribuição de renda

Especialistas alertam que a prioridade de ampliar isenções para quem possui baixa renda, sem tributar adequadamente os mais ricos, tende a agravar a desigualdade. O estudo reforça que o atual modelo do IR brasileiro favorece os mais ricos, ao cobrar uma menor proporção de sua renda em impostos em comparação às classes médias e pobres.

Segundo o documento, uma reforma que fortaleça a progressividade é essencial para reduzir as desigualdades e equilibrar as contas públicas. A expectativa é que o Congresso avance na discussão, mas a resistência ao aumento de tributos permanece como um obstáculo para mudanças estruturais na política fiscal.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes