O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu um passo significativo na apuração de um suposto caso de mentira do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes determinou que a Meta, empresa responsável pelo Instagram, forneça, em até 24 horas, o e-mail, o número de celular e quaisquer dados cadastrais vinculados a uma conta que teria sido utilizada por Cid para interações com pessoas ligadas ao círculo bolsonarista.
O caso em questão
A decisão do STF é fruto de uma reportagem da revista Veja, que sugeriu que Mauro Cid teria mentido durante um interrogatório ao Supremo. De acordo com as alegações, Cid teria usado uma conta no Instagram, supostamente pertencente à sua esposa, para se comunicar com aliados, período em que ele estaria proibido de acessar redes sociais. Essa contradição levanta questões sobre a veracidade dos depoimentos apresentados no processo.
Durante o interrogatório, a defesa de Jair Bolsonaro questionou Cid sobre a utilização dessa conta, que foi apagada posteriormente. A situação se torna ainda mais complexa, dado que Moraes não apenas solicitou os dados da conta, mas também exigiu informações sobre possíveis acessos vinculados à conta @gabrielar702, em navegadores de internet entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025.
A defesa de Mauro Cid
Em resposta a essa determinação, a defesa de Cid enviou uma manifestação ao STF, solicitando que se investigue o paradeiro da conta mencionada pela revista. Os advogados alegaram que a informação divulgada é falsa e que o perfil não foi utilizado por Cid. Eles destacaram que, ao comparar as mensagens extraídas do celular de Cid com as postagens da conta em questão, é evidente que o estilo e a linguagem utilizados nas mensagens não condizem com a maneira de se expressar do ex-ajudante.
“As expressões utilizadas por quem as escreveu não são de autoria de Mauro Cid”, indicaram os advogados, evidenciando diversas falhas na língua portuguesa que, segundo eles, não poderiam ser atribuídas a seu cliente.
Implicações da decisão do STF
A decisão de Moraes reflete a seriedade do STF em investigar alegações de mentiras e falsificações que possam obscurecer as investigações em andamento. Essa solicitação à Meta é vista como um passo necessário para verificar a autenticidade das comunicações atribuídas a Cid e se ele de fato violou as restrições impostas pelo tribunal. O rigor na condução do caso enfatiza a importância do respeito à verdade judicial e combate à disseminação de informações falsas, especialmente em um contexto político tão sensível como o atual.
Além disso, a defesa de Cid, enquanto nega as acusações e busca proteger seu cliente, também fez críticas ao que considera um uso impróprio da mídia por parte dos advogados de Bolsonaro. “A intenção deles parece ser mais uma repercussão midiática do que a procura por provas concretas nos autos da ação penal”, afirmaram os advogados, sugerindo que o foco deveria estar na substância do caso, não na cobertura jornalística.
Conclusão
Enquanto o STF continua a investigar o caso, a atenção do público e da mídia se volta para as potências legais que estão em jogo. A decisão de Moraes de exigir prazos curtos para respostas infringe não só a liberdade de expressão, mas também questiona a autenticidade das informações, fundamentais para o andamento do processo. O desenrolar desse caso pode ter implicações substanciais não apenas para Mauro Cid, mas também para outros envolvidos nesse intricado cenário político.
Ao final, a verdade sobre a conta no Instagram e o eventual uso indevido dela pode não apenas esclarecer a participação de Cid, mas também refletir sobre a tensão entre a justiça e a política no Brasil contemporâneo.
Para mais detalhes sobre o assunto, acesse a reportagem completa.