Brasil, 14 de junho de 2025
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Mauro Cid depõe à PF em investigação sobre passaporte português

Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro, nega intenção de fugir e defende sua inocência em depoimento à Polícia Federal.

Nesta sexta-feira (13/6), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito de uma investigação que apura a suposta tentativa de obter um passaporte que facilitaria sua saída do Brasil. Durante o depoimento, Cid afirmou que não tinha a intenção de fugir do país e desconhecia qualquer pedido relacionado ao passaporte português que pudesse ser feito em seu nome.

Defesa e alegações de inocência

A defesa de Cid, em entrevista ao Metrópoles, informou que ele negou a autoria de mensagens que circularam com seu nome e solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a investigação das mensagens publicadas pelo jornal Veja. Cid chegou à sede da PF em Brasília logo pela manhã, às 10h57, e o depoimento se estendeu até às 14h28. Após o interrogatório, ele saiu sem se pronunciar para a imprensa.

Mais cedo, o ex-ajudante havia sido alvo de mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF, que foram cumpridos pela PF. A investigação busca entender se Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, de fato atuou para facilitar a saída de Cid do Brasil, o que a PF interpretou como uma tentativa de obstrução da ação penal relacionada à trama golpista, na qual Cid é réu.

Reações da defesa e investigações em andamento

O advogado de Mauro Cid, Jair Alves Pereira, afirmou que seu cliente nunca solicitou um passaporte ao ex-ministro Gilson Machado. “É uma surpresa, não conheço os fatos, mas, com certeza, Mauro Cid não requereu passaporte”, alegou o defensor. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também manifestou apoio à investigação sobre o caso.

Gilson Machado negou, em nota, que tenha ido a qualquer consulado, incluindo o português, para ajudar Cid a obter um passaporte. Ele esclareceu que o único contato que teve com o Consulado português foi para agendar a renovação do passaporte de seu pai. “Reitero, nesta oportunidade, que apenas mantive contato telefônico em maio último, com o Consulado português, tão somente solicitando uma agenda para meu pai renovar o passaporte”, completou Machado.

Desdobramentos da investigação

Em 10 de junho, a PF e a PGR solicitaram ao STF a abertura de um inquérito para investigar a atuação de Gilson Machado. A PGR se manifestou favoravelmente à investigação, argumentando que existem indícios de que o ex-ministro tentou emitir um passaporte português em favor de Mauro Cid, facilitando assim sua saída do país.

Em sua manifestação junto ao STF, a PGR solicitou autorização para busca e apreensão e a quebra dos sigilos telefônico e de mensagens de Gilson Machado, pedindo que os dados relativos ao período de 1º de janeiro de 2025 a 5 de junho de 2025 fossem enviados diretamente à PF. Para as autoridades, há indícios de que Machado buscou interceder junto ao Consulado de Portugal no Recife para garantir a emissão do passaporte.

Cid e a trama golpista

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e outros 29 réus enfrentam acusações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado, cujo objetivo era manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. Este contexto amplia a gravidade das investigações em andamento e a atenção da sociedade para os desdobramentos do caso.

O depoimento de Mauro Cid à PF se insere em um cenário de crescente complexidade política e jurídica no Brasil, destacando a necessidade de investigação e transparência frente a atitudes que podem comprometer o estado democrático de direito.

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