Os investimentos em infraestrutura no Brasil estão previstos para alcançar R$ 277,9 bilhões em 2025, um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior, conforme divulgado nesta sexta-feira (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar do crescimento, a proporção dos recursos no PIB deve diminuir de 2,27% para 2,21% neste ano, indicando persistentes deficiências no setor.
Desafios históricos e setores com maior potencial de crescimento
De acordo com o analista da CNI, Ramon Cunha, o Brasil tradicionalmente investe pouco em infraestrutura. “O país investe menos do que o necessário para compensar a depreciação de seus ativos, o que resulta em estradas mal conservadas, instabilidade no fornecimento de energia e precariedade nos serviços de telecomunicações, água e esgoto”, afirmou Cunha.
Para 2025, a expectativa é de maior crescimento nos setores de saneamento básico e transporte, que devem receber os maiores aportes de investimentos. Os dados indicam uma tendência de fortalecimento de projetos nesses segmentos, essenciais para a melhora da qualidade de vida e do desenvolvimento econômico.
Participação da iniciativa privada e obstáculos a serem superados
A CNI estima que 72,2% dos investimentos virão do setor privado, mantendo uma trajetória observada desde 2019, quando essa fatia passou a superar 70%. Essa tendência reforça a importância do ambiente de negócios para impulsionar melhorias na infraestrutura.
Entretanto, a entidade ressalta que, apesar dos avanços recentes, há obstáculos que dificultam o progresso, como entraves regulatórios, demora no licenciamento ambiental e investimentos insuficientes. Segundo a confederação, o setor precisa de reformas estruturais para uma expansão mais sustentável e eficiente.
Recomendações para modernizar a infraestrutura brasileira
O estudo da CNI apresenta oito pilares considerados essenciais para a modernização do setor. Entre eles, destacam-se a necessidade de transformar o investimento em infraestrutura em política de Estado, aprimorar a governança, ampliar de forma responsável os investimentos públicos e garantir maior segurança jurídica às parcerias público-privadas.
Também são apontadas recomendações como fortalecer o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como liderador de projetos sustentáveis, ampliar a participação do mercado de capitais no financiamento de projetos e aprimorar a regulação do setor.
A entidade enfatiza ainda a importância de uma gestão mais eficiente e transparente, além de uma expansão gradual dos investimentos até que o percentual do PIB destinado à infraestrutura seja elevado ao menos para 4%, como metas de médio prazo.
Perspectivas futuras e o papel do governo
Para concretizar essas melhorias, a CNI sugere que o governo seja rigoroso na seleção de projetos, tenha maior segurança jurídica e direcione os recursos públicos para ações com maior retorno social e econômico. A expectativa é que, com esse conjunto de ações, o Brasil possa superar suas atuais limitações e ampliar sua competitividade internacional.
O estudo recomenda ainda que se promovam uma articulação mais eficiente entre setores públicos e privados e que se aproveite o potencial de financiamento por meio de mercados de capitais, fortalecendo o Banco de Desenvolvimento e apoiando investimentos sustentáveis a longo prazo.
Segundo a CNI, esses esforços são essenciais para que o país melhore suas condições de infraestrutura, garantindo maior eficiência, qualidade e inclusão social, além de impulsionar o crescimento econômico sustentável.
Para acessar mais detalhes da estimativa, consulte a reportagem completa na Agência Brasil.