O principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, caiu 0,23%, atingindo 137.482 pontos por volta das 12h22 desta sexta-feira, em meio à crescente aversão ao risco mundial após ataques israelenses ao Irã na madrugada de quinta-feira. Simultaneamente, o dólar apresentou alta marginal de 0,07%, cotado a R$ 5,545, em linha com a valorização da moeda nos mercados internacionais.
Impactos financeiros e recomendações
Segundo Márcio Riauba, chefe da mesa de operações da StoneX, o aumento do risco geopolítico promoveu uma fuga de ativos considerados de risco, como as moedas emergentes, incluindo o real brasileiro. Os investidores buscaram segurança em títulos do Tesouro americano e japonês, além de moedas mais fortes, como o dólar, o iene e o euro. Ataques de Israel ao Irã colocam à prova o status do dólar como porto seguro.
Volatilidade e cenário de incerteza
Embora os mercados tenham inicialmente reagido de forma mais intensa à crise, a movimentação foi se diluindo durante a manhã. Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirma que o foco agora é a evolução do conflito, que permanece “altamente incerto”. “Embora autoridades israelenses tenham sinalizado que a ofensiva pode durar até duas semanas, também disseram que o ataque principal foi concluído”, explicou em relatório. Conflito entre Israel e Irã pode pressionar inflação e juros no Brasil.
Reação dos mercados e movimento dos ativos
Apesar da queda, o Ibovespa teve suas perdas limitadas pela forte alta nos papéis da Petrobras e outras petrolíferas, impulsionadas pela disparada nos preços do petróleo na Bolsa de Londres após o ataque. Às 12h25, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiam 2,13%, cotadas a R$ 34,98, enquanto as preferenciais (PETR4) avançavam 1,89%, a R$ 32,35. Outras petrolíferas também valorizavam-se: Prio (PRIO3) +0,99%, PetroRecôncavo (RECV3) +2,71% e Brava Energia (BRAV3) +1,81%.
Por outro lado, a Vale (VALE3), a maior peso no índice, recuava 1,17%, a R$ 52,21, afetando negativamente o desempenho do Ibovespa. Além disso, ações ligadas à economia doméstica também apresentaram quedas, influenciadas pela alta dos juros futuros. Vitor Agnello, analista da CM Capital, comenta que o aumento no preço do petróleo pode elevar os custos do combustível, impactando a inflação e, por consequência, a trajetória dos juros.
Perspectivas futuras
O cenário de incerteza permanece, com os investidores atentos às reações do Irã, dos Estados Unidos e de outras nações envolvidas. Geof Yu, do Bank of New York Mellon, destaca que as correlações de mercado variaram nas últimas semanas e que a direção dos ativos dependerá do desenvolvimento do conflito. Fonte: O Globo