No último episódio envolvendo o Boeing 787 Dreamliner, um acidente fatal na Índia lampeja as possíveis fragilidades da aeronave, que voa desde 2011 sem registros de mortes. Em 12 de junho de 2025, o voo AI171 da Air India caiu pouco após a decolagem, causando a morte de quase todos a bordo, menos um passageiro. A causa do acidente ainda é desconhecida, mas as investigações indicam que o histórico de questões técnicas e denúncias anteriores possam estar relacionadas.
Histórico de problemas do Boeing 787 Dreamliner e suas implicações
Incidentes iniciais e medidas corretivas
Os primeiros sinais de alertas vieram em 2013, quando incêndios ocorreram em duas aeronaves de companhias japonesas devido ao superaquecimento das baterias de íons de lítio que alimentam os sistemas elétricos. A Federal Aviation Administration (FAA) interveio rapidamente, suspendendo voos da frota mundial do Dreamliner e obrigando a Boeing a fazer melhorias, como melhor isolamento das baterias e uma caixa de aço inoxidável que impede que fumaça ou fogo escapem em caso de incêndio. Após as correções, as aeronaves foram liberadas para voar novamente.
Relatos de falhas na produção e denúncias de whistleblower
Em 2019, denúncias de um ex-gerente de qualidade, John Barnett, revelaram práticas de baixa qualidade na montagem dos Dreamliners. Segundo Barnett, left over metal shavings poderiam penetrar na isolação dos fios, gerando riscos catastróficos. Ele também acusou a instalação de peças danificadas ou fora de padrão, incluindo tubos hidráulicos amassados retirados de material de descarte.
Após inspeções da FAA, foi constatado que várias aeronaves continham essas falhas, levando a Boeing a corrigir os problemas antes da entrega aos clientes. Barnett, que posteriormente processou a Boeing por suposta difamação e obstáculos à sua carreira, foi encontrado morto em 2024, em uma situação que sugeriu suicídio, na Carolina do Sul.
Investigações atuais e perspectivas futuras
O acidente de junho de 2025 reacende debates sobre a confiabilidade do Dreamliner, cuja história inclui múltiplas denúncias e reparos. Especialistas e reguladores já indicaram que a operação do avião será alvo de análises rigorosas, com o objetivo de esclarecer se há falhas crônicas no projeto ou na produção que possam comprometer a segurança.
Segundo autoridades brasileiras e internacionais, uma investigação aprofundada será conduzida, buscando entender se o fato recente está relacionado a problemas persistentes na aeronave ou a fatores externos. A Boeing se compromete a colaborar com as apurações, enquanto as vítimas e suas famílias aguardam respostas que possam evitar futuras tragédias.
Este episódio evidencia que, apesar do amplo uso e evolução tecnológica, o Boeing 787 Dreamliner ainda possui pontos a serem melhorados, sobretudo no que se refere à segurança a longo prazo e ao gerenciamento de riscos.
