Na semana passada, Christy Walton, uma das maiores acionistas da Walmart, comprou uma página no The New York Times incentivando manifestações contra o parade militar de Donald Trump, agendado para sábado. A ação gerou forte repercussão entre apoiadores do ex-presidente, que pedem boicote à rede de varejo.
Reações de apoiadores de Trump e impacto na Walmart
Influenciadores de extrema-direita como Laura Loomer e a assessora de Trump Kari Lake criticaram a atitude de Walton, chamando os consumidores da Walmart para deixarem de comprar na rede. Perfis com grande alcance na plataforma X (antigo Twitter) também difundiram mensagens de protesto contra a empresa, alegando uma postura partidária da herdeira.
Posicionamento oficial da Walmart e acusação de parcialidade
Segundo o CFO da Walmart, David Rainey, a empresa destacou que as ações de Walton são pessoais e não representam a posição corporativa. Em nota, a Walmart afirma que não apoia ou financia qualquer manifestação ou organização relacionada aos protestos, condenando qualquer tipo de violência.
“As publicações de Christy Walton representam uma opinião pessoal e não refletem a postura da Walmart,” comunicou um porta-voz da companhia. “Continuamos focados na segurança de nossos colaboradores e clientes, inclusive na região de Los Angeles, onde ocorreram protestos envolvendo a Guarda Nacional.”
Contexto e controvérsia envolvendo a herdeira
Christy Walton herdou uma participação de 1,9% na Walmart de seu falecido marido, John Walton, tornando-se uma das mulheres mais ricas dos EUA. Ela já havia veiculado um anúncio similar em março, também no New York Times, defendendo valores de dignidade e integridade na nação.
Na publicação mais recente, Walton reforçou seu posicionamento ao afirmar que “a honra e a dignidade do país não estão à venda”, em uma crítica velada às ações de Trump e às manifestações em defesa dele.
Repercussões na política e o clima de polarização
O ex-presidente Trump respondeu às críticas, ameaçando usar força “muito pesada” contra quem participar dos protestos pelo parade militar. Antes, ele já tinha utilizado força policial e gás de pimenta para dispersar manifestantes em outras ocasiões, incluindo o episódio em que posou diante de uma igreja em Washington.
O episódio evidencia o clima de polarização intenso nos Estados Unidos, onde figuras da direita radical veem na postura da herdeira uma resistência a uma agenda que consideram contrária aos seus valores e interesses políticos.
Perspectivas futuras do conflito
Espera-se que a Walmart mantenha uma postura neutra oficial, enquanto a controvérsia alimente debates sobre a influência de ações pessoais de acionistas na imagem corporativa. Analistas apontam que a repercussão pode afetar o relacionamento da rede com diferentes segmentos de consumidores nos próximos meses.
Especialistas também destacam a complexidade de lidar com ativismo empresarial e político, sobretudo em um contexto de forte polarização ideológica e mobilizações civis contra o governo Trump.