Na manhã desta sexta-feira (13), uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal resultou na prisão de Amanda Vieira dos Santos, de 30 anos, estudante de medicina veterinária da Universidade de Brasília (UnB). Ela foi flagrada produzindo e comercializando cogumelos alucinógenos em sua casa, localizada no Guará II. A venda, segundo a polícia, era realizada por meio de redes sociais e até em ambientes da universidade, promovendo os cogumelos como tratamentos alternativos para ansiedade.
Operação policial e apreensão
A operação ocorreu após um mandado de busca e apreensão ter sido cumprido na residência da suspeita. No local, as autoridades encontraram culturas de cogumelos alucinógenos, uma balança de precisão e uma mistura da substância com mel, conhecida como “blue honey” (mel azul). Essa mistura já estava pronta para a venda e vinha acompanhada de rótulos informativos sobre a dosagem e instruções de consumo.
Os riscos da psilocibina
O delegado Waldeck Cavalcante, responsável pela operação, ressaltou que a substância ativa presente nos cogumelos, a psilocibina, é considerada tóxica e proibida no Brasil. “Ele é um cogumelo alucinógeno, que tem uma substância extremamente tóxica, chamada psilocibina, que é uma droga, e sua utilização está em ascendência por conta de seus efeitos que são semelhantes aos das drogas sintéticas”, declarou o delegado, enfatizando os riscos da substância.
De acordo com o laudo da perícia, o material apreendido possui alto teor alucinógeno, corroborando a preocupação das autoridades com a saúde pública. “Há uma tendência de que os usuários busquem esse cogumelo, porque ele tem o mesmo efeito do LSD e traz diversos efeitos colaterais, por isso estamos atuando para reprimir essa prática”, completou o delegado.
Consequências legais para a estudante
Após a prisão, Amanda foi levada para a carceragem da Polícia Civil e responderá por tráfico de drogas, curandeirismo e pela disseminação de espécies que podem causar danos à fauna e à flora. A prática de venda de produtos não regulamentados, especialmente aqueles que envolvem substâncias psicoativas, levanta sérias questões éticas e legais, especialmente em um ambiente acadêmico como a UnB.
O que é psilocibina?
A psilocibina é uma substância psicodélica natural encontrada em mais de 180 espécies de cogumelos, conhecidos como “cogumelos mágicos”. Quando ingerida, ela se transforma em psilocina no corpo, que atua sobre os receptores de serotonina no cérebro, provocando alterações na percepção, humor e pensamento. Os principais efeitos da psilocibina incluem:
- Alucinações visuais e auditivas;
- Alterações na percepção do tempo;
- Intensificação de emoções;
- Experiências mais místicas ou espirituais.
A duração dos efeitos varia de 4 a 6 horas, dependendo da dose, do tipo de cogumelo e da sensibilidade individual. Mesmo com um baixo potencial de dependência, a psilocibina pode levar a experiências psicológicas intensas, conhecidas como “bad trips”, que podem ser prejudiciais à saúde mental do usuário.
O papel da conscientização
Esse caso ressalta a importância da conscientização sobre o uso de substâncias psicoativas e a busca por tratamentos alternativos. É necessário que a população entenda os riscos envolvidos e a ilegalidade de práticas que, além de perigosas, podem ter graves consequências legais.
As universidades, como a UnB, também têm um papel crucial na educação e na prevenção desse tipo de conduta, promovendo debates sobre saúde mental e a importância da busca por tratamento adequado e regulamentado.
Enquanto as autoridades continuam a investigar o caso, a incidência de uso de cogumelos alucinógenos como alternativa a medicamentos tradicionais cresce, gerando uma discussão ampla sobre saúde, legislação e ética no âmbito acadêmico e social.