Brasil, 14 de junho de 2025
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Bolsonaro critica “trama golpista” e defende Mauro Cid

Ex-presidente afirma que processo contra ele é uma farsa e pede anulação da delação do ex-ajudante Mauro Cid.

Três dias após prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) como réu na Ação Penal 2668, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou seus ataques à chamada “trama golpista”. Para ele, essa narrativa não passa de uma “farsa” e uma “perseguição”. “É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade”, declarou Bolsonaro.

As declarações do ex-presidente foram provocadas por uma reportagem da revista Veja, que traz em sua capa o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, insinuando que o tenente-coronel teria mentido em seu depoimento ao STF. Segundo a matéria, Cid usou um perfil em redes sociais para se comunicar com indivíduos do círculo próximo a Bolsonaro, onde teria insinuado que foi coagido a delatar.

Mensagens reveladoras de Mauro Cid

De acordo com a reportagem, as mensagens enviadas por Mauro Cid levantam sérias questões sobre a veracidade de sua delação. Entre as mensagens que teriam sido enviadas, ele afirma: “Bolsonaro não ia fazer nada”, “não precisa de prova, só de narrativa”, “o roteiro já estava pronto”, e “a sentença já está escrita”. Essas afirmações, segundo Bolsonaro, escancaram o que ele e seus apoiadores sempre alegaram: a “trama golpista” seria uma construção baseada em mentiras.

“As mensagens de Mauro Cid escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, publicou o ex-presidente em seu perfil na rede social X.

Se a matéria da revista for confirmada, Mauro Cid poderia estar violando as determinações do ministro Alexandre de Moraes, que o proibiu de usar redes sociais durante o período de medidas restritivas ligadas à sua delação premiada.

Tom agressivo e pedidos de anulação

Diferente de sua postura mais amena quando conversou com o ministro Alexandre de Moraes na última terça-feira, onde fez brincadeiras e pediu desculpas por ataques anteriores, Bolsonaro elevou o tom em sua mais recente fala. Ele cobrou a anulação da delação de Cid e a soltura do general Braga Netto, além de outros presos em decorrência dos eventos de 8 de janeiro.

“E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país. Apelo à consciência dos brasileiros, das instituições, dos parlamentares e da imprensa séria: reflitam sobre o preço dessa escalada autoritária. Chega dessa farsa. Não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio”, pontuou Bolsonaro em suas declarações.

A repercussão das declarações de Bolsonaro

As declarações de Bolsonaro, carregadas de emoção e indignação, vêm à tona em um momento crítico para o ex-presidente, que enfrenta sérios desafios legais e políticos. Sua retórica, que mistura ressentimento e negação das acusações que lhe são impostas, busca mobilizar sua base, reforçando a ideia de que está sendo alvo de uma perseguição política. Essa fala também se insere em um contexto mais amplo de polarização política no Brasil, onde os discursos de vitimização e acirramento contra opositores têm se tornado cada vez mais comuns.

Jair Bolsonaro, que mantém forte apoio entre seus seguidores, parece disposto a utilizar todos os recursos possíveis para reverter sua situação, tanto judicial quanto política. O desfecho da Ação Penal 2668 e as repercussões de sua defesa pública poderão impactar significativamente sua imagem e futuro político.

À medida que novos desdobramentos sobre o caso Mauro Cid e suas ligações com Bolsonaro surgem, a sociedade brasileira continua atenta ao andamento das investigações e julga os desdobramentos deste capítulo conturbado da política nacional.

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