Brasil, 14 de junho de 2025
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Big Techs enfrentam desafios de responsabilização no Brasil

O panorama da responsabilidade das big techs em relação ao conteúdo postado em suas plataformas tem gerado discussões acaloradas no Brasil. Em meio a uma lacuna legislativa que deixa essas empresas menos responsabilizadas do que veículos tradicionais de comunicação, torna-se necessário refletir sobre o que isso significa para a sociedade e para a segurança dos cidadãos.

A ausência de regulamentação e suas consequências

Enquanto o Congresso deveria atuar na regulamentação adequada do setor, muitos especialistas alegam que ele optou por ignorar a questão, permitindo que empresas de tecnologia se eximissem de suas responsabilidades. Atualmente, crimes como pedofilia, racismo e disseminação de informações falsas proliferam nas redes sociais, e as vítimas se veem obrigadas a buscar a Justiça para responsabilizar alguém.

“O que mais preocupa é que as vítimas de crimes cometidos através dessas plataformas muitas vezes precisam contratar advogados e entrar em longos processos judiciais. Isso não é apenas um fardo financeiro, mas também emocional”, afirma um especialista em direitos digitais. “A sociedade não pode ficar refém da indiferença dessas empresas que ganham bilhões, enquanto as pessoas que usam suas plataformas enfrentam dificuldades para ter seus direitos respeitados.”

A redução de investimentos em moderação de conteúdo

O cenário torna-se ainda mais complicado com a recente redução das equipes de moderação de conteúdo pelas grandes plataformas. Com menos representantes no Brasil, a comunicação entre usuários e empresas se torna um desafio, dificultando a responsabilização eficaz de conteúdos prejudiciais. A estratégia adotada por essas empresas é criticada por especialistas, que veem nisso um ato de negligência em relação à segurança e ao bem-estar dos cidadãos.

Comparação entre redes sociais e veículos tradicionais

A disparidade de regras entre redes sociais e veículos de comunicação tradicionais é evidente. Enquanto os meios de comunicação têm a obrigação de responder por crimes, as plataformas digitais permanecem com pouca responsabilidade. O ministro Alexandre de Moraes fez uma observação significativa: “Se você monetiza, ou seja, está ganhando dinheiro com isso, deve sim assumir a responsabilidade.” Essa afirmação reflete uma crescente percepção de que as empresas de tecnologia precisam ser mais do que apenas intermediárias; elas devem ser responsáveis pelo que acontece em suas plataformas.

Movimentos globais e a necessidade de um futuro regramentado

Não se trata apenas de um dilema brasileiro, já que muitos países estão discutindo como regular as big techs e responsabilizá-las pelo conteúdo gerado. A União Europeia, por exemplo, tem avançado significativamente nessa área, enquanto o Brasil ainda luta para estabelecer um consenso sobre o assunto.

Além disso, a falta de ação do Executivo e do Legislativo nessa questão é alarmante. Os debates sobre a responsabilização das plataformas digitais não podem ser limitados ao âmbito do Supremo Tribunal Federal. “Precisamos de uma discussão ampla e aberta, que envolva o governo e o legislativo. Somente assim seremos capazes de criar um ambiente digital mais seguro e justo para todos”, conclui o especialista.

O caminho à frente

Com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, a expectativa é de que haja uma mudança significativa nas práticas das big techs e que diálogos eficazes sejam promovidos para estabelecer regras claras. A regulamentação é essencial para que a responsabilidade pelas ações cometidas nas redes sociais não recaia apenas sobre os usuários, mas sim que as empresas assumam sua parte nesse grande enredo. A espera por reformas continua, mas a hora de agir é agora.

Em suma, as discussões em torno da responsabilidade das big techs são vitais não apenas para a segurança dos cidadãos, mas também para a integridade da informação e da democracia no Brasil. O futuro da regulamentação digital depende do engajamento de todos os setores da sociedade, e a hora de agir é agora.

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