As autoridades italianas ainda buscam informações sobre o paradeiro da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que se tornou foragida após desembarcar em Roma. Segundo a vice-ministra do Interior da Itália, Wanda Ferro, a polícia local não conseguiu, até o momento, identificar a localização da parlamentar. Informações reveladas indicam que Zambelli chegou à Itália em um voo proveniente de Miami, no dia 5 de junho, mas, por um “lapso temporal” de quatro horas na notificação de alerta da Interpol, não foi presa ao chegar.
O desenrolar das investigações
Durante uma sessão no Parlamento italiano, a vice-ministra Wanda Ferro explicou que as investigações em andamento ainda não possibilitaram a localização da deputada. “Os esforços para localizá-la continuam, incluindo a cooperação com as autoridades brasileiras. Os dados coletados pela Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais de Roma foram compartilhados com o Ministério Público”, afirmou Wanda. A deputada foi considerada foragida e, de acordo com as autoridades, sua entrada no país foi autorizada, pois não havia registros de antecedentes criminais que levantassem suspeitas na base de dados das forças policiais em seu nome.
A situação se complicou com a solicitação de alerta vermelho à Interpol feita pelas autoridades brasileiras no mesmo dia da chegada de Zambelli. Contudo, a aprovação do alerta pela Interpol ocorreu apenas às 16h24, horário da Itália, e entrou na base de dados italiana às 16h46. Isso significa que a deputada já estava em território italiano há várias horas antes que as autoridades locais pudessem agir.
Os detalhes da chegada de Carla Zambelli
Wanda Ferro esclareceu que Zambelli desembarcou em Roma às 11h40, utilizando um passaporte válido emitido pelas autoridades consulares italianas. Esse fator, aliado ao fato de não haver evidências que apontassem sua implicação em delitos, facilitou sua entrada sem quaisquer obstáculos. “O lapso temporal entre a chegada e a divulgação da notificação pela Interpol permitiu que ela evitasse a prisão”, explicou a vice-ministra.
Sobre Jair Bolsonaro e sua família
Durante os questionamentos feitos por deputados no Parlamento italiano, o deputado Angelo Bonelli também levantou a questão sobre a cidadania italiana do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos. Wanda Ferro confirmou que não há registro de pedidos de cidadania italiana por parte de Bolsonaro, mas indicou que Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro já possuem cidadania italiana. Os trâmites dos dois primeiros foram concluídos em 2023, enquanto Carlos finalizou seu processo no ano anterior.
Este desenrolar dos eventos não apenas chama a atenção para a situação de Carla Zambelli, que se tornou uma figura polêmica na política brasileira, mas também para as complexidades das relações diplomáticas entre Brasil e Itália. A presença constante das autoridades italianas em debates parlamentares sobre o caso demonstra a relevância que o caso adquiriu no cenário político atual.
Desdobramentos futuros
Enquanto as investigações continuam, fica a expectativa sobre os próximos passos que as autoridades italianas e brasileiras poderão tomar para solucionar essa situação. A visibilidade midiática em torno de Carla Zambelli e o possível desdobramento de sua situação poderão influenciar os ânimos da política brasileira e italiana, além de trazer novas informações que podem adensar ainda mais este caso.
A situação de Zambelli lança luz sobre desafios legais e políticos que envolvem os representantes públicos, especialmente aqueles envolvidos em controvérsias, exigindo maior responsabilidade e transparência nas ações dos envolvidos.
Para os cidadãos brasileiros, o desenrolar deste caso poderá representar um marco importante para o futuro da sua representação política e as relações internacionais, exigindo um acompanhamento atento das decisões que se seguirão por parte das autoridades competentes.
O futuro de Carla Zambelli e o desfecho de sua situação como foragida ainda é incerto, mas certamente seguirá sendo tema quente nos noticiários e nas discussões políticas.
