Brasil, 14 de junho de 2025
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Ataque de Israel ao Irã coloca à prova o papel do dólar como porto seguro

A resposta do mercado ao conflito no Oriente Médio evidenciou a fraqueza do dólar como ativo de refúgio diante de tensões geopolíticas crescentes

Após o ataque de Israel às instalações nucleares do Irã, a moeda americana mostrou uma performance atípica, com uma alta limitada e sinais de perda de força no mercado internacional. Essa situação reacende o debate sobre o status do dólar como porto seguro em momentos de crise.

Reação do mercado e influência do petróleo

O mercado global reagiu ao conflito com forte volatilidade. O petróleo disparou até 13%, enquanto as bolsas de valores caíam, refletindo o aumento das incertezas geopolíticas. O índice do dólar, por sua vez, recuou inicialmente, mas logo apresentou uma recuperação modesta, ainda que permaneça próximo do menor nível em três anos, conforme dados da Bloomberg.

Segundo analistas, a presença dos Estados Unidos como maior produtor de petróleo do mundo deve ter contribuído para essa leve recuperação do dólar, numa tentativa de estabilizar os mercados nesta sexta-feira, com contratos futuros do petróleo em forte alta.

Complexidade da guerra comercial e impacto na moeda

Nos últimos meses, o dólar tem sofrido pressão devido à guerra comercial liderada pelo presidente Donald Trump, além do ambiente de deterioração das perspectivas econômicas dos EUA. A estratégia de venda de ativos americanos, incluindo ações e títulos do Tesouro, reforça essa tendência de fraqueza cambial, apontam especialistas.

De acordo com Francesco Pesole, estrategista de câmbio do ING, o mercado deveria estar valorizando mais o dólar diante do conflito no Oriente Médio, mas a percepção dominante é de perda de sua credibilidade como ativo de refúgio.

Riscos de escalada e instabilidade regional

O ataque de Israel ao Irã representou uma escalada significativa na crise do programa nuclear iraniano, com negociações entre Irã e EUA previstas para este domingo em Omã. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertou o Irã contra retaliações que possam afetar interesses norte-americanos, aumentando a incerteza geopolítica.

Analistas ressaltam que a possibilidade de uma escalada maior entre Israel e Irã pode fortalecer temporariamente o petróleo e gerar volatilidade, mas também levantar dúvidas sobre o papel do dólar como ativo de refúgio, dado o aumento da tensão na região.

Perspectivas para o dólar e o cenário internacional

O índice do dólar Bloomberg caiu cerca de 8% neste ano, refletindo as dúvidas sobre a estabilidade da moeda norte-americana. Propostas de Trump para reformular o comércio global e o aumento do déficit fiscal também contribuem para esse cenário de fragilidade, dizem especialistas.

O analista da Mizuho Securities, Shoki Omori, comenta que há um movimento crescente de questionamento do papel do dólar, com investidores buscando alternativas ao ativo. “Dependendo da comunicação do governo Trump sobre os ataques, há riscos de novas ondas de vendas de títulos do Tesouro e do dólar”, alerta.

Por outro lado, estrategistas como Mark Cudmore observam que o mercado reagiu de forma inesperada ao repique dos preços do petróleo, tendo como vetor principal os fundamentos da produção petrolífera dos EUA, o que pode sustentar o movimento de alta na curto prazo.

Para especialistas, a crise no Oriente Médio pode gerar um cenário de forte volatilidade, desafiando a confiança tradicional no dólar como refúgio seguro. Assim, o valor da moeda continua sendo um indicador sensível às incertezas geopolíticas e econômicas.

Para mais detalhes, acesse Fonte do Globo.

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