Nesta quinta-feira (12), Donald Trump comentou os protestos intitulados “No Kings” (“Sem reis”) que exigem limites constitucionais ao seu poder, enquanto eventos de apoio à sua gestão continuam a mobilizar milhares de pessoas nos Estados Unidos. Trump afirmou, durante entrevista, que “não se sente um rei”, ressaltando a complexidade de aprovar suas ações no Congresso.
Protestos e tensões políticas contra Trump
Os protestos, que devem ocorrer neste sábado em várias cidades americanas, chegam após manifestações contra as ações da administração Trump relacionadas à imigração e ao uso de força federal em Los Angeles. A decisão do presidente de enviar tropas federais à cidade, sem a anuência do governador Gavin Newsom, provocou críticas e uma ação judicial do governador, acusando Trump de ultrapassar seus limites constitucionais.
Poder presidencial ampliado e reações públicas
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump tem adotado uma visão expansiva do poder presidencial. Ele já dispensou inspectores gerais independentes, cortou fundos federais e alterou estruturas criadas pelo Congresso, como o Departamento de Educação e a Agência de Desenvolvimento Internacional. Sua postura tem gerado respostas controversas, incluindo questionamentos à independência do Judiciário e do Federal Reserve.
Convicção de que não é um monarca
Na entrevista, Trump comentou que, ao contrário de um rei, ele precisa “trabalhar duro” e passar por diversas etapas políticas para aprovar suas pautas. Ele destacou, por exemplo, a necessidade de negociar com líderes do Congresso, como o presidente da Câmara, Mike Johnson, e o líder da maioria no Senado, John Thune, para conseguir aprovar uma resolução que permite a venda de veículos elétricos na Califórnia.
“Um rei não precisaria passar por todo esse processo”, declarou Trump, adotando um tom mais formal ao usar a expressão “nós não somos um rei”, uma referência tradicional ao discurso real, conhecido como “nós real”.
A opinião pública e o cenário atual
Pesquisas recentes apontam uma diminuição na aprovação de Trump, com uma pesquisa do Quinnipiac indicando que sua avaliação caiu para 38%, enquanto 54% desaprovam sua gestão. Além disso, há um ceticismo público em relação ao uso de recursos públicos para eventos como o desfile militar de sábado, considerado “desnecessário” por seis em cada dez americanos, segundo uma pesquisa da Associated Press.
Perspectivas futuras
Analistas avaliam que a postura de Trump de confrontar os limites do poder executivo e sua retórica contra a “monarquia” são estratégias para reforçar sua base de apoio, diante do cenário de crescentes tensões políticas e legais. As manifestações deste sábado deverão marcar mais um capítulo nesta polarização, enquanto oficiais e apoiadores aguardam os desdobramentos das ações judiciais e das discussões institucionais.