A morte de Raissa Suellen Ferreira da Silva, assassinada pelo humorista Marcelo Alves no dia 2 de junho, choca familiares e amigos, que ainda tentam entender o que levou a essa tragédia. Raissa, uma jovem de 20 anos natural de Paulo Afonso, na Bahia, se mudou para Curitiba em busca de melhores oportunidades, mas encontrou um destino trágico. O crime, que foi confessado pelo humorista, levanta questões sobre a segurança e a confiança no convívio social.
Um sonho interrompido
Amigas de Raissa expressam profunda tristeza diante de sua morte. Vitória, uma das amigas mais próximas, declarou: “Ninguém entende por que ele fez isso. Ele tirou uma vida tão preciosa para a gente. A família está sofrendo muito com isso. Tudo o que a gente quer é justiça”. Raissa era conhecida por sua determinação e sonhos. Com o título de Miss Serra Branca Teen em 2020, tinha aspirações de se tornar atriz, modelo e cantora.
Raissa se mudou para Curitiba três anos atrás, através da amizade com Marcelo, que a conheceu quando ela ainda era criança. Com a intenção de fugir das limitações de sua cidade natal, ela acreditava que as oportunidades na capital paranaense poderiam ajudar a proporcionar uma vida melhor para sua família. Porém, o que se seguiu foi uma série de eventos letais que culminaram em sua morte.
Os acontecimentos do crime
Segundo relatos da polícia, Raissa ficou desaparecida por oito dias após ter sido assassinada. Marcelo, que confessou o crime, mostrou à polícia onde ocultou o corpo da jovem em uma mata na região metropolitana de Araucária. A figura inesperada de um humorista envolvido em um ato tão hediondo provoca espanto e descrença, levantando discussões sobre as relações interpessoais e a saúde mental da população.
Em depoimento, Marcelo afirmou que os dois almoçaram juntos no dia do crime. Após tentar se declarar para Raissa, ele disse ter sido rejeitado e, em um acesso de raiva, a estrangulou usando um fio de plástico. “Ele disse que ficou com ódio e descontrolado”, relatou a delegada Aline Manzatto, que investiga o caso. Após o ato, Marcelo pediu ajuda a seu filho, Dhony, que acabou sendo preso, mas posteriormente liberado após pagamento de fiança.
As investigações em curso
A polícia agora investiga a natureza do crime sob a perspectiva de feminicídio. A delegada Manzatto encontrou indícios de que a morte de Raissa não foi um ato impulsivo, mas sim algo mais planejado. As alegações de premeditação podem trazer necessários reflexos na condenação do agressor. A defesa, por outro lado, argumenta que o crime foi resultado de “violenta emoção”, e não uma ação premeditada.
O corpo de Raissa começou a ser transportado de Curitiba para sua cidade natal, onde será velado. Na Bahia, seus familiares e amigos preparam-se para prestar as últimas homenagens a uma jovem que carregava tantos sonhos e esperanças. O velório ocorrerá no Ginásio de Esportes Luiz Eduardo Magalhães e será aberto ao público, onde aqueles que a amavam poderão se despedir.
A luta por justiça
A luta por justiça pela morte de Raissa está apenas começando. Com as investigações ainda em andamento, amigos e familiares esperam que a verdade sobre o que aconteceu naquele dia fatídico venha à tona. “Marcelo é réu primário e nunca esteve envolvido em nada semelhante”, afirmou o advogado de defesa. Mas o brutal assassinato de Raissa suscita um clamor por mudança e medidas mais eficazes para prevenir a violência de gênero e proteger as vítimas.
O caso de Raissa Suellen Ferreira da Silva serve como um lembrete doloroso da fragilidade da vida e da importância de cuidarmos uns dos outros. O que ocorreu em Curitiba pode ser visto como um crime que vai além de um ato individual, refletindo problemas sociais mais profundos que a sociedade brasileira precisa enfrentar com urgência.
Enquanto isso, a história de Raissa, uma jovem cheia de sonhos, continua a ecoar nas lembranças de seus amigos e na luta por justiça que se ergue em sua memória.