Brasil, 13 de junho de 2025
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STJ e Interpol debatem combate à criminalidade global no 1º simpósio

Evento no STJ aborda crimes ambientais, tráfico de pessoas, corrupção e crimes financeiros com destaque para ações internacionais

O 1º Simpósio STJ-Interpol – A Interpol e a Criminalidade Contemporânea, realizado nesta quinta-feira (12) no Superior Tribunal de Justiça, reuniu especialistas para discutir temas centrais da segurança global, como crimes ambientais, tráfico de pessoas, corrupção e crimes financeiros.

Crimes ambientais em foco: conexão com o crime organizado

O primeiro painel, comandado pelo ministro do STJ Benedito Gonçalves, abordou os graves impactos dos crimes ambientais no cenário mundial. David Bruce Caunter, diretor da Unidade de Crime Organizado e Emergente da Interpol, destacou que essas infrações, muitas vezes negligenciadas, provocam danos profundos aos países envolvidos.

Caunter ressaltou a forte ligação entre crimes ambientais e atividades criminosas transnacionais, como tráfico de animais, drogas, pessoas, garimpo ilegal e poluição de rios. Segundo ele, respostas coordenadas entre países são essenciais para combater essa complexa rede criminosa.

O especialista também elogiou o papel do Brasil como parceiro estratégico em operações internacionais, citando ações como a Operação Trovão e o Programa Ouro Limpo. “Sem a experiência do Brasil, seria difícil apoiar outros países na luta contra o desmatamento e a mineração ilegais”, afirmou Caunter.

Resposta integrada ao combate ao crime ambiental

Anne-Marie Nainda, representante da Namíbia, falou sobre a violência enfrentada no combate ao tráfico de animais selvagens, como rinocerontes e elefantes. Ela destacou uma abordagem integrada de seu país, envolvendo defesa, polícia, judiciário e setor ambiental em uma força-tarefa multissetorial.

Nainda destacou a importância da cooperação internacional, de instituições acadêmicas e do setor privado, além do aumento de estratégias de investigação financeira para enfraquecer as organizações criminosas.

Polícias nacionais cooperam contra crimes transnacionais

No debate sobre o tráfico de pessoas, moderado pelo ministro do STJ Reynaldo Soares da Fonseca, Fernando Santos Castro, da Interpol, alertou para a urgência de ações coordenadas entre países. Ele explicou que a entidade oferece treinamentos, bancos de dados e canais seguros de comunicação que facilitam a atuação conjunta.

Segundo Castro, a integração de 196 países ao sistema da Interpol possibilita agilidade nas investigações e conferência de informações, essenciais para o combate eficaz ao tráfico de seres humanos, envolvendo o acolhimento às vítimas e a punição dos criminosos.

Ferramentas globais contra corrupção e crimes financeiros

No painel dedicado a crimes financeiros, moderado pelo ministro Sebastião Reis Junior, Nicholas Richard Court, do Centro de Crimes Financeiros e Anticorrupção da Interpol, detalhou ações contra fraudes, lavagem de dinheiro e recuperação de ativos ilegais.

Ele destacou a ferramenta Silver Notice, que facilita a localização e apreensão de bens ligados ao crime, incluindo imóveis, veículos e criptoativos. Para Court, a iniciativa é fundamental para fortalecer a cooperação internacional e ajudar vítimas a restituir seus prejuízos.

Necessidade de união institucional e atualização judicial

No encerramento, o ministro Luis Felipe Salomão valorizou a parceria entre órgãos nacionais e internacionais no combate à criminalidade moderna, que se avança com o uso de tecnologias como criptomoedas, inteligência artificial e conteúdos falsificados.

Ele reforçou o compromisso do STJ com a proteção dos direitos humanos, do devido processo legal e da inovação no enfrentamento à criminalidade. “Este evento posiciona o tribunal de forma avançada na luta contra os crimes transnacionais, em estreita colaboração com a Interpol”, concluiu.

Fonte: STJ

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