Brasil, 13 de junho de 2025
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STF forma maioria para responsabilizar redes sociais por conteúdos ilegais

Supremo Tribunal Federal decide que plataformas devem agir contra publicações ilícitas, embora detalhes da decisão ainda precisem ser definidos.

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil evidenciou um marco significativo em suas deliberações ao formar uma maioria para responsabilizar redes sociais por conteúdos considerados ilegais. Com seis votos a favor e um contra, a corte decide que as plataformas devem agir de maneira proativa na remoção de publicações ilícitas, derrubando a exigência de decisão judicial prévia. Embora a maior parte da decisão tenha sido alcançada, os detalhes sobre as implicações desse juri ainda precisam ser melhor definidos pelos ministros.

Contexto da decisão do STF

O julgamento surge em um momento de crescente preocupação sobre o papel das redes sociais na disseminação de conteúdos prejudiciais, como os relacionados a crimes de ódio e desinformação. A decisão reflete uma resposta a demandas sociais e jurídicas para que as plataformas assumam maior responsabilidade sobre o conteúdo que hospedam e disseminam. Até o momento, a regra vigente estipulava que as redes só poderiam ser responsabilizadas em casos de descumprimento de uma ordem judicial.

Como cada ministro votou

Com a maioria definida, diversos ministros do STF expressaram opiniões divergentes durante o julgamento, o que indica uma possível construção de um consenso na elaboração de um novo marco regulatório para a internet no Brasil. A decisão de responsabilização foi reforçada por críticas à fragilidade do atual Marco Civil da Internet. Veja como votou cada ministro até agora:

  • Dias Toffoli: Afirmou a inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil, argumentando que as plataformas devem agir imediatamente quando notificados sobre conteúdos ofensivos ou ilícitos.
  • Luiz Fux: Concordou que o referido artigo é inconstitucional, observando a ausência de proteção eficaz aos direitos no ambiente digital, o que poderia criar uma “terra sem lei”.
  • Luís Roberto Barroso: Defendeu que as plataformas devem ser responsabilizadas por postagens criminosas não retiradas. Contudo, recomenda que conteúdos que ferem a honra devem ser removidos apenas após decisão judicial.
  • André Mendonça: Divergiu ao considerar inconstitucional a remoção de perfis, defendendo que somente usuários comprovadamente falsos devem ser penalizados e que os provedores não podem ser responsabilizados sem a devida orientação judicial.
  • Flávio Dino: Afirma que “liberdade regulada é a única liberdade” e propôs que a responsabilização das plataformas ocorra quando notificadas sobre conteúdos ilegais.
  • Gilmar Mendes: O seu voto levou à formação da maioria. Ele criticou a falta de responsabilização atual e propôs que a regra de responsabilidade deve ser revogada para ajudar a garantir uma maior proteção dos usuários.
  • Cristiano Zanin: Concordou que o regime do Artigo 21 deve ser estendido às plataformas e destacou a importância de agir rapidamente quando um conteúdo erros for identificado.

Implicações e próximos passos

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, destacou que um consenso é desejável, mas enfatizou que a corte não chegará a uma decisão final até o envolvimento completa de todos os membros, especialmente com a ausência da ministra Cármen Lúcia. Essa situação pode prolongar o julgamento e atrasar as soluções para as questões discutidas.

Enquanto isso, os ministros estão analisando como essa nova responsabilização pode ser implementada sem comprometer a liberdade de expressão. As discussões serão fundamentais para moldar um novo equilíbrio entre a proteção dos direitos dos indivíduos e o respeito à liberdade de comunicação nas plataformas digitais.

A necessidade de definir claramente os parâmetros para a remoção de conteúdos legais será um desafio, pois é essencial garantir que os direitos dos usuários não sejam inviabilizados na busca por um controle maior sobre as informações divulgadas nas redes sociais.

O julgamento será retomado em breve, com expectativa de que cada voto e posição se tornem parte de um novo entendimento sobre a responsabilidade das redes sociais no Brasil. A contribuição da sociedade e do Congresso será vital na construção das normas que regem o uso desses serviços essenciais na era digital.

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