Brasil, 13 de junho de 2025
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O que a ciência diz sobre a higiene das barbas?

Descubra se as barbas realmente são um risco à saúde e como mantê-las limpas.

As barbas sempre foram objeto de opiniões diversas, com algumas pessoas as considerando estilosas e outras, insalubres. Mas afinal, quão sujas elas são realmente? Recentes pesquisas levantaram questionamentos sobre a higiene das barbas e o papel que elas desempenham na saúde de quem as usa.

A microbiota da pele e as barbas

A pele humana abriga bilhões de microrganismos, principalmente bactérias, mas também fungos e vírus. As barbas, devido à sua estrutura, criam um ambiente especial para esses micro-organismos prosperarem. Estudos publicados indicam que elas costumam suportar uma população microbiana densa e diversificada, despertando a crença persistente de que são intrinsecamente não higiênicas. De acordo com reportagens recentes, algumas privadas podem conter menos germes do que uma barba comum.

As barbas podem representar um risco à saúde?

Por mais que os estudos mostrem que as barbas são lar de uma quantidade considerável de micróbios, isso não implica automaticamente que elas sejam um grande risco à saúde. Afinal, o microbioma da pele varia em função de fatores como temperatura, pH, umidade e disponibilidade de nutrientes. As barbas criam um ambiente quentinho e frequentemente úmido, onde restos de alimentos e óleos se acumulam, condições ideais para o crescimento microbiano.

A constante exposição a novos contaminantes e microorganismos, especialmente através de mãos tocando superfícies e o próprio rosto, contribui para a alta carga microbiana nas barbas. Pesquisas científicas sobre a higiene das barbas datam de mais de 50 anos, revelando que a barba pode reter bactérias mesmo após lavagens. Tais estudos levaram à crença de que as barbas podem agir como reservatórios de bactérias, apresentando riscos de infecção.

Barbas entre profissionais de saúde

Essa questão se torna especialmente controversa em ambientes hospitalares, onde a transmissão de patógenos é uma preocupação central. Pesquisas hospitalares apresentaram resultados mistos; um estudo revelou que profissionais de saúde com barbas tinham cargas bacterianas superiores comparadas aos colegas sem barba. Por outro lado, outra pesquisa demonstrou que médicos com barba eram menos propensos a carregar Staphylococcus aureus, um gerador comum de infecções hospitalares.

Comparações inusitadas

Uma investigação ainda mais curiosa comparou a microflora das barbas de homens com a pelagem de cães. Os resultados mostraram que as barbas continham uma quantidade significativamente maior de micróbios, incluindo bactérias potencialmente prejudiciais. Os pesquisadores concluíram que “cães não representam riscos aos humanos se usarem o mesmo aparelho de ressonância magnética”.

No entanto, outros estudos concluíram que não há diferenças significativas em termos de colonização bacteriana entre homens de barba e aqueles sem ela. Adicionalmente, não foi observado um aumento nas taxas de infecção entre pacientes tratados por cirurgiões que usavam máscaras e possuíam barba.

Cuidados e manutenção das barbas

Claro, barbas negligenciadas podem ser um terreno fértil para irritações e infecções. A pele sob uma barba é rica em vasos sanguíneos, terminações nervosas e células imunológicas, tornando-a sensível a estressores microbianos e ambientais. Portanto, quando se acumula óleo, pele morta e restos de alimentos, a irritação da pele pode ocorrer, assim como o crescimento indesejado de fungos e bactérias.

Por isso, os especialistas recomendam enfaticamente a lavagem diária da barba e do rosto. Além disso, o uso de hidratantes, a escovação para remover detritos e o aparo frequente são fundamentais para manter a saúde e aparência da barba.

Portanto, as barbas podem ser ou não um risco à saúde – depende essencialmente dos cuidados que se tem com elas. Com a higiene e a manutenção adequadas, as barbas podem não só ser limpas, mas também mais saudáveis do que anteriormente se pensava.

Por Primrose Freestone, Professora Associada em Microbiologia Clínica, Universidade de Leicester. O autor não possui vínculos financeiros com empresas ou organizações que possam se beneficiar deste artigo.

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