Brasil, 13 de junho de 2025
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O lançamento de “As Mortes do Meu Pai” de Joaquim Arena

Obra sobre a presença africana em Portugal será apresentada na Feira do Livro de Lisboa.

No dia 13 de junho de 2025, a Feira do Livro de Lisboa será palco do lançamento da mais nova obra de Joaquim Arena, intitulado As Mortes do Meu Pai. Com esta obra, o autor conclui sua Trilogia, que busca dar voz e visibilidade a africanos que viveram em Portugal desde o século XVI, um tema que frequentemente foi relegado ao silêncio na história. Arena já havia compartilhado sua experiência na Feira Internacional do Livro de Turim e outras cidades italianas, conforme sua participação na Rádio Vaticano, onde falou sobre sua Trilogia.

A Trilogia Negropolitana

O livro As Mortes do Meu Pai é a sexta obra de Joaquim Arena e representa o fechamento de sua Trilogia Negropolitana. O autor define essa coletânea como uma investigação sobre a presença histórica e a vivência de africanos em Portugal, destacando que cerca de 10% da população de Lisboa durante o século XVI era composta por indivíduos de origem africana. No entanto, suas contribuições à sociedade portuguesa, tanto no contexto urbano quanto rural, foram frequentemente apagadas. Arena, que é jurista, músico, jornalista e escritor, enfatiza a importância de resgatar essa história através de sua literatura.

Obras anteriores da Trilogia

A Trilogia é composta por duas outras obras: Debaixo da Nossa Pele, que retrata a herança africana presente nos campos de arroz do Além-Tejo, e Siríaco e Mister Charles, que discute a passagem de Charles Darwin por Cabo Verde, conexão frequentemente esquecida nas narrativas históricas. A pesquisa que Arena realizou para essas obras revelou injustiças históricas que o motivaram a continuar seu trabalho literário e a conquistar prêmios como o prestigioso Prémio Literário Oceânos em 2023.

AbordAGEM DIASPÓRICA E AFROPOLITANA

Apesar de sua profunda conexão com a história, Joaquim Arena não se considera um historiador, como ressalta Filinto Elísio em sua crônica. Arena se define como um escritor diaspórico e afropolitano, movendo-se entre os mundos da África e Europa, em busca de justiça para questões contemporâneas, como as reparações pela escravidão e o tráfico transatlântico de escravizados. Ele acredita que as reparações podem se concretizar de várias formas, e oferece exemplos de como isso poderia ser alcançado.

A trajetória de Joaquim Arena

Joaquim Arena nasceu em 1964 na ilha de São Vicente, Cabo Verde. Ele cresceu em Lisboa, onde sua família se estabeleceu. Formou-se em Direito e dedicou-se à música e ao jornalismo. Em 1998, retornou a Cabo Verde, onde atuou como advogado e jornalista antes de fundar o jornal O Cidadão. Arena também foi conselheiro cultural do presidente de Cabo Verde e atualmente é jornalista no jornal A Nação e colaborador da revista portuguesa Ler.

Seus escritos abrangem uma diversidade de temas, incluindo a migração, deslocamento e identidade – todos com uma ressonância universal que cativa leitores de diferentes origens. O autor é reconhecido por sua habilidade em entrelaçar ficção e não-ficção, história e biografia, criando uma narrativa rica e envolvente.

O impacto da literatura de Arena

A obra de Joaquim Arena continua a ser um importante agente de mudança na literatura de língua portuguesa. Suas histórias trazem à tona questões sobre diáspora e identidade que são relevantes em uma sociedade globalizada. Com o lançamento de As Mortes do Meu Pai, ele espera não apenas contar histórias esquecidas, mas também provocar reflexões sobre a necessidade de justiça cultural e histórica.

O autor destaca que a literatura pode ser uma ferramenta poderosa para redefinir narrativas e dar visibilidade a histórias que, por muito tempo, foram silenciadas. Ao abordar essas questões, Arena busca construir um legado que homenageie as vidas e contribuições dos africanos que moldaram a sociedade portuguesa e que merecem reconhecimento.

Com o lançamento de sua nova obra na Feira do Livro de Lisboa, Joaquim Arena traça um caminho inovador na literatura, chamando a atenção para as histórias que precisam ser ouvidas.

Para ouvir mais sobre suas reflexões, você pode acessar suas entrevistas na Rádio Vaticano [neste link](https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2025/06/12/13/138699691_F138699691.mp3) e [neste link](https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2025/06/10/13/138697128_F138697128.mp3).

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