Brasil, 13 de junho de 2025
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Novo relatório da ONU propõe autonomia reprodutiva como solução para a baixa fertilidade

UNFPA sugere maior acesso a contraceptivos e educação sexual, enfrentando críticas por sua abordagem sobre valores tradicionais

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou um relatório que recomenda a “autonomia reprodutiva” como resposta à queda global na taxa de fertilidade, enfrentando resistência de especialistas pró-família. A pesquisa, conduzida pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), entrevistou mais de 14 mil adultos em 14 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Índia e Europa.

Autonomia reprodutiva como resposta ao declínio populacional

Intitulado “The Real Fertility Crisis: The Pursuit of Reproductive Agency in a Changing World”, o documento aponta que cerca de 39% dos participantes que desejam ter filhos afirmaram que limitações financeiras, insegurança no emprego, moradia e cuidados infantis dificultam seu planejamento familiar. Além disso, 19% mencionaram o medo do futuro como fator para ter menos filhos.

O estudo revela que quase um terço dos entrevistados ou seus parceiros tiveram uma gravidez inesperada. Entre os participantes, 45% não tinham certeza se teriam o número de filhos desejado, enquanto somente 37% estavam confiantes em alcançar suas expectativas.

Críticas à abordagem da ONU e o impacto na sociedade

O relatório aponta que a baixa fertilidade resulta em sociedades com proporções maiores de idosos, menos jovens e possível redução da força de trabalho. Contudo, o foco do documento é na falta de “autonomia reprodutiva”, ou seja, a incapacidade de realizar escolhas livres e informadas quanto à concepção, uso de contraceptivos e formação de família.

Para promover maior autonomia, a ONU defende maior educação sexual, acesso ampliado a contraceptivos, direitos de adoção por casais homossexuais, uso de tecnologias de reprodução assistida e a desconstrução de estereótipos de gênero.

Controvérsias e críticas de especialistas

Críticos de diferentes áreas questionam as propostas da ONU. Rebecca Oas, do Center for Family and Human Rights (C-Fam), afirmou que o relatório tem uma “agenda pró-aborto” e ignora o principal argumento contra a interrupção de gravidez: a proteção à vida inocente. Ela aponta que o documento parece priorizar uma redefinição da família e a gestão estatal sobre questões pessoais e familiares.

Catherine Pakaluk, professora de Economia na Universidade Católica de América, declarou que as conclusões da ONU “são patéticas” e ressaltou que a maior influência sobre as taxas de natalidade está relacionada ao comportamento de comunidades religiosas tradicionais, que valorizam a vida e os filhos.

Segundo ela, o aumento de riqueza não explica necessariamente a redução nas natalidades, que está mais ligada à mudança de estilo de vida e aos valores culturais. “A chave é ajudar as pessoas a enxergar o valor de ter filhos”, destacou.

Perspectivas e desafios futuros

O relatório da ONU afirma que um quarto da população mundial já reside em países onde o crescimento populacional atingiu seu pico, o que pode acarretar desafios para a sustentabilidade social e econômica. Os críticos alertam que a ênfase excessiva na autonomia reprodutiva, sem considerar aspectos culturais e morais, pode aprofundar divisões na sociedade.

Especialistas apontam que as soluções mais eficazes envolvem fortalecimento dos valores familiares tradicionais e maior reconhecimento social à decisão de ter filhos, além do acesso a recursos que facilitem a criação de uma família.

O documento e as críticas continuam a estimular debates globais sobre como equilibrar direitos individuais, valores tradicionais e desafios demográficos em um mundo em rápida transformação. A discussão sobre a política de natalidade e seus efeitos sociais permanece central na agenda internacional.

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