A morte do empresário Adalberto Amarilio Junior, encontrada em um buraco na obra do Autódromo de Interlagos, tem gerado uma série de investigações pela Polícia Civil de São Paulo. O caso, que abrange diversas hipóteses sobre as circunstâncias de sua morte, está permeado de mistério e dor, especialmente para a família e amigos da vítima.
Detalhes da investigação
Adalberto foi encontrado sem calça e sem tênis, o que levantou questionamentos sobre o que aconteceu durante o evento de motos que ocorria no local. Entre as linhas de investigação, uma sugere que ele pode ter sido submetido a um mata-leão, uma técnica frequentemente utilizada para imobilizar alguém. Outra possibilidade, que ganhou força inicialmente, era a de que ele tivesse sofrido um golpe conhecido como “boa noite, Cinderela”, em seu carro, mas essa linha parece ter perdido força após a análise de evidências no local.
O Instituto Médico Legal (IML) informou que não há fraturas ou sinais de trauma visíveis no corpo de Adalberto. No entanto, a suspeita de que ele possa ter morrido por asfixia decorrente de compressão torácica está sendo considerada, especialmente em razão do corpo ter sido encontrado em um espaço restrito.
Cronologia dos eventos
A investigação revelou uma linha do tempo tensa e curiosa, que começou no dia 30 de maio, quando Adalberto foi visto pela última vez. As informações coletadas até o momento incluem:
- 30 de maio: Adalberto chega sozinho ao evento no autódromo.
- 19h48: Envia a última mensagem para a esposa, Fernanda.
- 20h30: Realiza uma movimentação financeira, indicando a compra de bebidas.
- 21h12: Fernanda responde à mensagem, mas ele não visualiza.
- 3 de junho: Seu corpo é encontrado dentro de um buraco de três metros.
- 4 e 5 de junho: Duas calças e um par de botas são encontrados em lixeiras próximas, mas a família não confirmou se pertencem a Adalberto.
- 7 de junho: Marcas de sangue são encontradas em seu carro.
- 9 de junho: Três organizadores do evento foram ouvidos pela polícia.
- 10 de junho: Depoimentos de cinco seguranças do local são coletados.
O legado de Adalberto
Nas redes sociais, Adalberto se destacava como um empreendedor e tricampeão paulista de kart. A morte dele deixou um vazio profundo na comunidade do kartismo, onde amigos e colegas expressaram suas condolências. “Hoje o kartismo perdeu mais do que um piloto… Perdemos um irmão, um amigo verdadeiro”, desabafou o piloto Paul Robison.
Além de sua carreira como piloto, Adalberto era optometrista, atuando em uma rede de óticas na Grande São Paulo. Seus amigos e familiares não apenas lamentaram sua morte, mas também celebraram a vida de um homem que sempre trouxe alegria e entusiasmo aos que o cercavam.
A esposa de Adalberto, Fernanda, compartilhou sua dor nas redes sociais, dizendo: “Recebi a pior notícia da minha vida. Não sei como viverei sem você. Te amo, te amo, te amo”. Esse desabafo ressalta a perda inestimável que sua ausência traz não apenas para a família, mas para todos que o conheciam.
Últimas atualizações
A investigação continua em andamento, com novos depoimentos previstos e o exame de confronto genético para determinar a origem das marcas de sangue encontradas no carro de Adalberto. A polícia está focada em entender as circunstâncias da morte e a conexão entre os eventos do dia 30 de maio até o trágico desfecho em 3 de junho.
O caso de Adalberto Amarilio Junior não é apenas uma tragédia pessoal; ressalta questões mais amplas sobre segurança em eventos e a necessidade de ação no cenário de segurança pública em São Paulo.
As autoridades prometem manter a sociedade informada sobre quaisquer novos desdobramentos, enquanto a família e amigos de Adalberto esperam por justiça.