Brasil, 13 de junho de 2025
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Miley Cyrus e seu relacionamento com o hip-hop: apropriação cultural e autocrítica

Depois de anos de acusações de apropriação cultural, Miley Cyrus reavalia seu papel na cena do hip-hop durante e após sua era “Bangerz”

Em 2013, Miley Cyrus lançou o álbum “Bangerz”, marcado por uma persona provocativa e influências do hip-hop, incluindo colaborações com artistas como Future e Ludacris. Após anos de polêmicas e críticas, a cantora voltou a refletir sobre esse período, reforçando sua ligação emocional com o gênero musical e enfrentando questionamentos sobre apropriação cultural.

Miley Cyrus e o hip-hop: da apropriação à reflexão

No início de sua carreira, Miley adotou uma postura ousada, cortando o cabelo e explorando temas considerados controversos, inclusive o uso de influências do hip-hop. Em uma entrevista de 2017 à Billboard, ela destacou a sua relação afetiva com o gênero, afirmando que o hip-hop era sua “alma” na época, por ser uma música que ela ouvia e com a qual tinha uma conexão próxima.

“Eu realmente amava o que o hip-hop representava, sempre fui amiga de artistas como Juicy J e Wiz Khalifa, e até mesmo fumava com eles”, revelou Miley no podcast Every Single Album. “Não estou fingindo, é uma parte de mim que foi muito importante na época.”

Questionamentos atuais e crítica à cultura de apropriação

No entanto, Miley também comentou sobre as críticas que recebeu por sua postura durante a era “Bangerz”, sendo acusada de apropriação cultural. Muitos fãs e observadores alegaram que ela se beneficiou do blackface cultural enquanto imitava estilos de uma comunidade que não fazia parte, especialmente ao abandonar o estilo e o tema uma vez que isso não convinha mais à sua imagem pública.

Recentemente, Miley voltou a falar sobre sua relação com o hip-hop, afirmando que seu envolvimento nunca foi uma estratégia de apropriação, mas uma expressão genuína de seu gosto musical e amizades próximas. “Eu não fingi nada. Essa era minha vida, minha rotina”, explicou ela durante o episódio.

Ela também caracterizou o hip-hop como uma expressão de sua alma, que a acompanhou na juventude por influência de amigos como Juicy J e Wiz Khalifa. “Eu não estava apenas ouvindo com fones de ouvido; eu era amiga deles, participava de festas e colaborações.”

Reações e controvérsias

Depois dessas declarações, muitos críticos permaneceram céticos. Alguns apontam que Miley tentou evitar assumir a responsabilidade pelo impacto de suas ações, principalmente por seu uso da cultura preta para construir sua imagem “edukay”. Comentários nas redes sociais sugerem que, enquanto ela usou o hip-hop para se reiventar, posteriormente o descartou, sugerindo uma apropriação superficial.

“Ela beneficiou-se do estilo e depois afastou-se como se não tivesse nada a ver com isso”, criticou uma internauta no Reddit. Outros lamentam a ausência de um reconhecimento mais sincero por parte da cantora sobre o quanto suas ações podem ter sido prejudiciais à comunidade black.

Reflexões sobre identidade e cultura

Miley também refletiu sobre sua evolução pessoal, afirmando que sua mudança de imagem para uma postura mais inocente foi uma estratégia para preservar seu relacionamento com Liam Hemsworth, não uma tentativa de negar suas raízes musicais.

“Durante a criação de ‘Younger Now’, eu queria parecer mais inocente, mais jovem, porque achava que assim manteria um relacionamento mais feliz”, declarou. Essa mudança de posicionamento gerou críticas de quem acredita que ela ainda não assumiu sua responsabilidade pelas ações passadas.

Impacto e o debate atual

Se por um lado Miley reafirma sua paixão pela cultura hip-hop, por outro, o debate sobre apropriação cultural permanece vivo na opinião pública. Muitos esperam que figuras públicas, especialmente brancas, tenham mais consciência do seu papel ao se envolverem com expressões culturais de comunidades marginalizadas.

“A cantora fez questão de dizer que gosta de toda música e colabora com muitos artistas de rap, mas o que fica é a questão: ela realmente entende o impacto de sua apropriação?”, questiona um comentário no Twitter.

Para compreender melhor o contexto desta discussão, assista à entrevista completa de Miley no episódio do podcast Every Single Album.

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