Brasil, 13 de junho de 2025
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Mercado acompanha medida provisória sobre mudanças fiscais e acordos comerciais

Dólar inicia quinta-feira em alta com atenção ao novo pacote de impostos do governo e negociações entre EUA e China

O mercado financeiro brasileiro abriu a sessão nesta quinta-feira (12) com as atenções voltadas para a medida provisória publicada pelo governo federal, que altera o planejamento tributário, além do contexto das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Na quarta-feira (11), o dólar fechou em queda de 0,57%, cotado a R$ 5,5381, e atingiu o menor valor desde outubro passado. O Ibovespa, por sua vez, encerrou o dia em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos.

Novo pacote de medidas tributárias e impacto no mercado

A medida provisória anunciada pelo governo na noite de quarta-feira visa substituir o aumento do IOF, tentando equilibrar as contas públicas e estimular alguns setores, com redução de impostos para empresas e seguros VGBL. Por outro lado, há elevação da tributação sobre apostas esportivas, criptoativos e investimentos isentos, como LCI e LCA.

De acordo com o Ministério da Economia, o projeto ainda enfrenta resistência no Congresso, especialmente do Centrão, que promete barrar a proposta devido à falta de consulta prévia. Essa situação criou dúvidas entre os investidores, que passaram a apostar na possibilidade de aumento da taxa Selic na próxima reunião do Copom, diante do impasse político e da incerteza fiscal.

Acordo entre EUA e China e seus reflexos na economia global

Outro fator importante que influencia o mercado nesta quinta-feira é o anúncio do novo acordo comercial entre Estados Unidos e China, divulgado na quarta-feira (11). Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, a China contribuirá com uma tarifa de 55%, enquanto os EUA pagarão 10%. Entretanto, o entendimento ainda depende da aprovação formal dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

O consenso entre as duas maiores economias do mundo ocorreu após negociações na Inglaterra, em Londres, onde os representantes chegaram a um acordo para suspender temporariamente a guerra tarifária, que tinha tarifas de até 30%. Trump sinalizou a possibilidade de adiamento de prazos e o envio de próximas cartas ao resto do mundo para estabelecer novos compromissos comerciais — uma estratégia que mantém o mercado atento aos riscos de uma guerra comercial descontrolada.

Pressões, riscos e expectativas do mercado

O efeito dessas negociações sobre a economia global ainda é incerto, mas há perspectivas de que a elevação das tarifas possa afetar a inflação, os custos de produção e o consumo nos próximos meses. Especialistas alertam que a escalada tarifária pode prejudicar as cadeias de suprimentos e frear o crescimento da maior economia do mundo, o que, por sua vez, sinaliza riscos de desaceleração global ou até recessão.

No cenário interno, o novo plano tributário busca reverter o desgaste político com a revogação do aumento do IOF, tentando ampliar a arrecadação com novos tributos. No entanto, a resistência no Congresso e as incertezas fiscais têm causado volatilidade nas apostas de mercado, que passam a considerar uma chance maior de aumento na taxa básica de juros, a Selic.

Contrapontos e perspectivas futuras

Analistas avaliam como necessário o avanço em reformas estruturais e na eficiência na gestão dos gastos públicos, além das ações momentâneas de arrecadação. O governo anunciou que até o próximo dia 15 apresentará uma proposta detalhada para a compensação do aumento do IOF, buscando evitar um recrudescimento do impasse político e estabilizar o cenário econômico.

Com esses movimentos, o mercado financeiro brasileiro permanece na expectativa do desfecho das negociações internacionais e das decisões internas, buscando sinais de estabilidade e crescimento diante dos riscos de uma escalada protecionista mundial.

Fonte: G1 Economia

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