Em uma agenda na última quinta-feira (12), em Minas Gerais, o ex-presidente Lula destacou sua proximidade com o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e fez críticas a potenciais adversários políticos. Durante a entrega de máquinas agrícolas, Lula enfatizou a importância da nova governança em Minas e disparou contra deputados da oposição.
Lula elogia Rodrigo Pacheco como futuro governador
No primeiro evento do dia, realizado em Mariana, entre os anúncios de ações de reparação na Bacia do Rio Doce, Lula chamou Pacheco de “futuro governador de Minas”. No segundo evento, em Contagem, o tom do discurso se aprofundou, onde não só homenageou seu aliado, mas também criticou nomes como Nikolas Ferreira e Cleitinho Azevedo, ambos da direita, que podem ser seus adversários nas próximas eleições.
A amizade entre Lula e Pacheco foi ressaltada durante os discursos, com Lula brincando que “vocês sabem o que eu quero que ele seja”. O ex-presidente afirmou que os adversários não têm chance de competir contra o senador, que foi elogiado por sua capacidade política. Lula criticou deputados que, segundo ele, utilizam as redes sociais para fazer provocação ao invés de participar efetivamente do debate político.
Críticas a Nikolas Ferreira e Cleitinho Azevedo
Durante suas falas, Lula fez alusão aos dois deputados, afirmando que “depois desse governador que não vou falar o nome” (em referência a Romeu Zema), o estado não merece a candidatura de Ferreira e Azevedo. Ele fez questão de ressaltar que já tem “a certeza que temos o governador para Minas”, referindo-se a Pacheco.
Além dessas referências, Lula aproveitou o momento para criticar o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, chamando-o de “covardão”. Lula mencionou que é fácil ser corajoso por trás das telas de celular, mas que a verdadeira coragem aparece no debate público e respeitoso.
Ambiente hostil no Legislativo e defesas pessoais
Na mesma linha de pensamento, Lula comentou sobre a atmosfera negativa na Câmara dos Deputados, que ele considerou “muito ruim”. Esse comentário ocorreu um dia após uma acalorada discussão entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o deputado Nikolas Ferreira. Em resposta a tais conflitos, Lula defendeu o diálogo respeitoso, ressaltando que as pessoas precisam deixar as “mentiras” de lado para melhorar o ambiente político.
O ex-presidente também pediu respeito durante o evento em Mariana, onde o prefeito local, Juliano Duarte, enfrentava vaias ao falar sobre os danos da crise ambiental causada pelo rompimento da barragem em 2015. Lula interrompeu o discurso do prefeito, pedindo que o público aguardasse o término do evento para se manifestar, reforçando a importância do respeito à autoridade convidada.
Críticas à Vale e novos acordos de reparação
Além de suas críticas aos opositores, Lula também focou na Vale, mencionando a falta de reparações contundentes dez anos após a tragédia em Mariana. Ele enfatizou que a nova administração da empresa precisa manter um diálogo respeitável com a população e reiterou a responsabilidade do governo federal em concluir as reparações de forma efetiva.
Durante o evento, foi revelado que Mariana, que não aceitou assinar um novo acordo de reparação, será beneficiada por ações coletivas do governo, incluindo um repasse financeiro significativo e novos projetos estruturais, como a construção de um hospital universitário em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto.
O dia se encerrou com promessas de melhorias e um apelo à responsabilidade coletiva, reforçando que tanto a Vale quanto o governo necessitam estar à altura das expectativas da população, especialmente daquelas que sofreram o impacto direto da tragédia ambiental.
Com uma agenda marcada por encontros e críticas, Lula mantém um foco claro em consolidar alianças políticas em Minas e preparar o terreno para as eleições estaduais de 2026.
