Brasil, 13 de junho de 2025
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Justiça interdita cozinha da penitenciária Lemos Brito em Salvador

Unidade de Alimentação e Nutrição foi interditada devido a irregularidades que comprometem a segurança e saúde dos internos e funcionários.

A Justiça da Bahia decidiu interditar a Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) da Penitenciária Lemos Brito, localizada no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. A medida foi tomada após uma série de irregularidades detectadas durante uma vistoria realizada por bombeiros militares e a Vigilância Sanitária. O laudo, que foi divulgado pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) nesta quinta-feira (12), revela problemas que precisam ser resolvidos para garantir a segurança e a saúde dos internos e servidores.

Irregularidades apontadas na penitenciária

As irregularidades incluem:

  • Vazamento de gás;
  • Risco de superaquecimento de equipamentos;
  • Falhas nos sistemas elétrico e hidráulico;
  • Alagamentos;
  • Incêndio em uma das caixas de força.

Essas condições foram classificadas como insalubres e inadequadas, colocando em risco a integridade física tanto dos internos quanto dos trabalhadores da unidade. A interdição tem validade de 30 dias e a instalação só poderá ser reativada após a resolução de todos os problemas listados.

Medidas imediatas durante a interdição

Durante o período da interdição, o Estado terá a obrigação de garantir uma alternativa externa para o preparo e fornecimento das refeições destinadas aos internos. Essa solução deve ser implementada “em local adequado, com alvará sanitário e em conformidade com a legislação sanitária vigente”, para mitigar os impactos da interdição na alimentação dos detentos.

Na mesma ação judicial, o MP-BA também exigiu informações atualizadas sobre o andamento de obras para a construção de novas cozinhas em outras unidades prisionais, além de medidas paliativas enquanto a reforma definitiva da cozinha interditada não é executada.

O que está por trás da interdição?

A interdição da UAN da Penitenciária Lemos Brito ocorre em um contexto em que a segurança e as condições de vida dentro das penitenciárias têm sido foco constante de debate e preocupação. Com um sistema prisional frequentemente superlotado e frágil em condições de infraestrutura, episódios como este evidenciam a necessidade urgente de reformas e investimentos na manutenção e modernização das unidades. Não é a primeira vez que irregularidades semelhantes são relatadas em penitenciárias baianas, o que levanta questões sobre a capacidade do Estado em gerir de forma adequada essas instituições.

Repercussão e próximos passos

De acordo com as informações levantadas, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) foi contatada pelo g1 para comentar sobre a situação da UAN, mas até o momento aguardava-se um retorno. O desfecho dessa situação e a implementação das medidas cobradas pelo MP-BA serão acompanhados de perto por organizações de direitos humanos e pela sociedade em geral, uma vez que a alimentação e as condições de segurança são essenciais para a saúde e dignidade dos internos.

Ainda assim, a esperança é que a interdição funcione como um impulso para que as autoridades responsáveis priorizem a melhoria das condições nas unidades prisionais, garantindo um ambiente seguro e saudável tanto para os internos quanto para os profissionais que atuam no sistema. O desafio permanece: como o Estado da Bahia responderá a essa demanda urgentíssima por mudanças?

O episódio da interdição não é um fenômeno isolado e reflete uma realidade enfrentada pelo sistema penal em múltiplas esferas, exigindo uma abordagem que não apenas contemple soluções imediatas, mas que abra espaço para um reexame abrangente e transformador da maneira como as instituições prisionais são geridas.

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