Brasil, 13 de junho de 2025
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Jeanne Lima defende mais espaço para mulheres no forró

Com 30 anos de carreira, Jeanne Lima critica a falta de representatividade feminina nas festas juninas e aposta no forró como destaque.

Jeanne Lima, ex-vocalista da banda Limão com Mel, se destaca no cenário musical brasileiro com uma carreira que completa 30 anos e cinco álbuns solo lançados. Durante o mês de junho, seu calendário de apresentações fica ainda mais intenso, com até dois shows por noite, especialmente durante as festividades do São João. Em meio a esse sucesso, a artista levanta uma importante questão: a escassez de mulheres nos palcos das festas juninas.

Reconhecimento do cenário feminino no forró

Embora observe que houve avanços na inclusão de cantoras nas programações de eventos, Jeanne ressalta que ainda predomina a presença masculina. “É real que nas grandes atrações, a grade ainda é 80% masculina. Os contratantes precisam abrir mais espaço para as cantoras, porque existem grandes mulheres que fazem o forró autêntico e verdadeiro. A gente conseguiu muita coisa, mas a luta ainda continua”, afirma a artista.

A preocupação de Jeanne é evidenciada por sua experiência no mercado, onde já viu muitos talentos femininos serem deixados de lado em favor de artistas masculinos. A artista acredita que é necessário um olhar mais atento e sensível por parte dos organizadores, a fim de que as mulheres tenham a oportunidade de brilhar e mostrar seu talento.

Memórias e conectividade com a Bahia

Nascida em Alagoas, Jeanne guarda um carinho especial pela cidade de Mirangaba, na Bahia. “Tenho um carinho muito grande por lá. O povo é acolhedor, e essa energia me marca. É uma cidade que mexe comigo, que me traz lembranças boas”, compartilha a cantora, ressaltando sua conexão emocional com a região que, segundo ela, tem uma identidade única e vibrante.

A trajetória musical e a relação com Kiko

Além de seu trabalho solo, Jeanne Lima também participou do programa The Voice Brasil, onde se apresentou ao lado de seu irmão, Kiko. Juntos, eles foram chamados de “os irmãos apaixonados do Brasil”. Essa experiência não só fortaleceu seus laços familiares, mas também se transformou em um aprendizado significativo para ambos. “Trabalhar com alguém da família é sempre mais exigente, mas foi um período incrível”, lembra a artista.

Apesar da afinidade artística, Jeanne revela que, atualmente, cada um está focado em sua carreira. “Talvez ele participe comigo em um novo audiovisual, como convidado. Mas projeto fixo, não”, comenta sobre um possível retorno aos palcos juntos.

A pluralidade dos ritmos e a essência do São João

Com a evolução das festividades juninas, Jeanne Lima também discute a inclusão de novos ritmos nas festas, como axé, sertanejo, piseiro e até música eletrônica. Embora veja isso como uma maneira de enriquecer o evento, ela defende que o forró deve continuar sendo o ritmo principal. “O São João é do forró. A festa pode ter espaço para todo mundo, mas numa grade de 10 atrações, acho que pelo menos oito têm que ser do forró. O forrozeiro espera o ano inteiro por esse momento”, afirma, garantindo que essas tradições culturais merecem ser respeitadas e valorizadas.

O São João como força econômica e cultural

Celebrando a riqueza das tradições juninas, o São João na Bahia movimenta cerca de R$ 2 bilhões e atrai 1,7 milhão de visitantes, destacando a importância não apenas cultural, mas também econômica das festividades. Jeanne faz questão de enfatizar que deixar o forró em segundo plano seria um desserviço à rica história dessa música que ecoa em tantas gerações.

Com uma carreira sólida e um compromisso com a valorização da cultura nordestina, Jeanne Lima se posiciona como uma defensora da representatividade feminina e do forró, buscando inspirar futuras gerações de artistas a lutarem por seus espaços nos palcos e na indústria musical. A artista continua a escrever sua história, agora, com um foco renovado na inclusão e na celebração do forró.

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