No último dia 12 de junho, o secretário-geral da Interpol no Brasil, Valdecy Urquiza, ressaltou a importância da busca por foragidos internacionais durante um simpósio promovido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Interpol. O evento teve como foco discutir estratégias de combate ao crime organizado, que se firma como um dos maiores desafios das autoridades brasileiras.
Compromisso institucional na busca por foragidos
Urquiza enfatizou que a busca por indivíduos foragidos não é apenas uma ação isolada, mas sim uma “garantia ao cumprimento de uma ordem judicial”. Ele destacou o papel da Interpol como uma ferramenta essencial para a efetividade das decisões judiciais, do que se originam as iniciativas de captura e repatriação de criminosos em território estrangeiro.
A afirmação do secretário se dá em um contexto em que muitos indivíduos considerados foragidos acumulam passagens por crimes graves. Neste contexto, as autoridades brasileiras têm enfrentado um grande desafio para localizá-los e trazê-los de volta ao país para responder por seus atos judiciais.
A inclusão de Carla Zambelli na lista vermelha
Um dos eventos que impulsionou o debate durante o simpósio foi a recente inclusão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha da Interpol. Zambelli está condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 10 anos de prisão pelo envolvimento em uma série de crimes, incluindo a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com essa medida, a deputada agora corre o risco de ser presa em outros países, uma vez que a decisão da Interpol dá um novo fôlego às buscas internacionais.
O secretário-geral da Interpol lamentou a gravidade da situação, mas reforçou que a missão da organização é cumprir e respeitar trajetos legais, reafirmando o compromisso em fazer valer as decisões da Justiça.
Desafios do crime organizado no Brasil
Durante o evento, Urquiza também abordou as mudanças na criminalidade ao longo dos anos. Ele afirmou que o crime organizado tem evoluído e se expandido, muitas vezes explorando novas áreas de atuação. Essa adaptação é um dos grandes obstáculos enfrentados pelas autoridades, que precisam constantemente atualizar suas estratégias para combater as organizações criminosas.
O simpósio debateu temas como tráfego de pessoas, crimes financeiros e corrupção, enfatizando que ações integradas são imperativas para enfrentar esses problemas de maneira eficaz. A cooperação entre países e instituições é vital para desmantelar redes criminosas que operam além das fronteiras nacionais.
Conforme os debates avançaram, ficou evidente que o entendimento conjunto sobre as dinâmicas do crime organizado e a construção de uma resposta unificada são essenciais para proteger a sociedade e assegurar que a justiça prevaleça.
O papel da sociedade no combate ao crime
Além das estratégias das instituições, ficou claro durante o simpósio que o combate ao crime organizado exige a participação ativa da sociedade. Programas educacionais e informativos são fundamentais para conscientizar os cidadãos sobre os riscos das atividades criminosas e os impactos que estas têm em suas vidas diárias. A colaboração do público com as autoridades também pode fornecer informações valiosas que levam à captura de foragidos e à reprovação social de práticas criminosas.
Com o advento da tecnologia, as organizações criminosas têm se adaptado rapidamente, inovando seus métodos. Por isso, a troca de informações e a integração de dados entre países é vital para que investigadores e policiais possam trabalhar de forma mais ágil e eficaz.
Por fim, a afirmação do secretário Valdecy Urquiza ressalta a importância de um esforço contínuo e coordenado, com uma estratégia alinhada entre as diversas instituições nacionais e internacionais, para que este compromisso com a justiça se traduza em ações concretas no combate ao crime organizado.
A expectativa é que eventos como esse fortaleçam redes de cooperação e tornem mais eficazes as ações de busca por foragidos e pelo fim da impunidade no Brasil.
