Brasil, 13 de junho de 2025
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Iguá Saneamento é acusada de despejar esgoto no mar da Barra

Relatório aponta que Iguá Saneamento despeja esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há três anos, causando impactos ambientais.

Um relatório da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) revelou que a concessionária Iguá Saneamento, responsável pela coleta e tratamento de esgoto em parte da Zona Oeste do Rio, tem despejado esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há pelo menos três anos. A situação é crítica e levanta preocupações sobre os impactos ambientais desta prática.

Consequências do despejo de esgoto in natura

De acordo com o relatório, acesso pelo RJ2, o despejo de esgoto bruto, que não passa por qualquer tratamento, ocorre devido a falhas no projeto de ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos da Barra. O esgoto segue diretamente para um emissário submarino e é lançado a cinco quilômetros da costa. Essa prática contraria uma legislação estadual que exige, no mínimo, tratamento primário completo antes do lançamento de efluentes no meio ambiente.

O tratamento primário é um processo que retira apenas as partículas sólidas do esgoto. Caso a concessionária estivesse cumprindo com suas obrigações, essa situação poderia ser evitada. A Agenersa destaca que os impactos ambientais gerados pela Iguá são, em grande parte, consequências de questões econômicas, evidenciando uma falta de investimento adequado em infraestrutura de saneamento.

Obras e paralisações na estação de tratamento

A situação da Estação de Tratamento de Esgotos da Barra já era alarmante em maio de 2022, quando foram descobertas falhas técnicas durante a execução das obras de ampliação. A partir de junho do ano passado, o tratamento foi totalmente paralisado, levando ao aumento do despejo de esgoto sem tratamento em uma das praias mais conhecidas do Rio.

Além disso, a falta de um projeto de impacto ambiental na região levantou ainda mais preocupações. O Parque Natural Municipal Bosque da Barra foi uma das áreas mais afetadas, e dados da Agenersa indicam que a Iguá teria rebaixado o lençol freático, contribuindo para a quase seca do lago naquela localidade.

Notificação e resposta da Iguá Saneamento

A Iguá Saneamento foi notificada pela Agenersa, que contestou a alegação da empresa de que seria tecnicamente inviável manter o funcionamento parcial da estação durante o período de reforma. Em resposta à pressão das autoridades, a Iguá afirmou que monitora a qualidade da água do mar e que não encontrou alterações nos padrões de qualidade. A empresa ainda argumenta que as obras estão sendo realizadas em conformidade com as obrigações estabelecidas no contrato de concessão assinado em fevereiro de 2022, que terá a duração de 35 anos.

Porém, questões de credibilidade surgem à medida que a concessionária continua a receber críticas e penalidades. A Agenersa anunciou que instaurou um processo administrativo contra a Iguá para aplicação das penalidades cabíveis, uma ação que destaca a gravidade da situação e a necessidade de uma solução eficaz para os problemas observados.

Impacto na saúde pública e no meio ambiente

O despejo de esgoto in natura não apenas compromete as condições ambientais da região, mas também coloca em risco a saúde pública. O acúmulo de efluentes não tratados pode levar à contaminação das águas locais e impactar os ecossistemas marinhos. Além disso, a saúde de banhistas e trabalhadores das áreas costeiras está em risco, o que torna a situação ainda mais urgente e deve ser tratada com seriedade.

A vigilância e a responsabilidade na gestão de recursos hídricos são essenciais para garantir a saúde e segurança da população, assim como a proteção do meio ambiente. O que se espera agora é que as autoridades intervenham rapidamente para restaurar a integridade ambiental da Barra da Tijuca e garantir que a Iguá Saneamento cumpra com suas obrigações de forma eficaz e transparente.

Em suma, a situação crítica em que se encontra a concessionária Iguá Saneamento, conforme detalhado pelo relatório da Agenersa, destaca a urgência na resolução dos problemas relacionados ao saneamento básico na Zona Oeste do Rio, bem como a necessidade de transparência e responsabilidade nas ações da empresa. A comunidade local aguarda mudanças que garantam um futuro mais seguro e sustentável.

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