Brasil, 13 de junho de 2025
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Haddad e bolsonaristas protagonizam tumulto na audiência sobre impostos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e bolsonaristas trocam acusações em audiência tumultuada sobre aumento de impostos no governo Lula.

Um intenso bate-boca entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os parlamentares bolsonaristas Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) marcou o desfecho de uma audiência pública nesta terça-feira (10), na qual Haddad deveria explicar as medidas do governo, incluindo os novos aumentos de impostos. O tumulto na audiência não foi um evento isolado, mas sim o clímax de um dia em que o governo enfrentou críticas e pressão política intensa, especialmente do Congresso e setores afetados por suas propostas.

A pressão no Congresso e a resistência dos parlamentares

Enquanto Haddad e os bolsonaristas trocavam acusações de “molecagem”, os líderes da União Brasil e do PP, que juntos somam 109 deputados, 14 senadores e quatro ministros, manifestaram que, sem um plano claro de cortes de gastos, nenhum aumento de impostos seria aprovado. A rebelião no Congresso foi impulsionada por pronunciamentos anteriores, como o do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que destacou que as novas medidas de Haddad poderiam ser bem-aceitas, desde que acompanhadas de uma gestão fiscal responsável.

“Sem o governo apresentar um mínimo dever de casa do ponto de vista do corte de gastos, isso não será bem-aceito,” afirmou Motta, enfatizando que sua posição como presidente da Câmara não está atrelada a interesses políticos de outros.

A reviravolta nas negociações

O clima de instabilidade cresceu ainda mais quando, em uma reunião de seis horas, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e líderes partidários discutiram soluções para a confusão causada pelo aumento do IOF. Alcolumbre, que havia classificado a reunião anterior como “noite histórica”, viu sua celebração se dissipar rapidamente diante da recusa do Congresso em aceitar um pacote sem base fiscal robusta para sustentar os aumentos.

Motta, que inicialmente havia subestimado a repercussão das medidas, passou a se posicionar de forma mais combativa, afirmando que o Congresso não aceitaria sofrer a pressão política sem que o governo também se comprometesse a cortar suas próprias despesas.

Rebelião nos bastidores e consequências para o governo

Nos bastidores, a revolta se intensificou com a reação de setores que sentiram os impactos diretos dos aumentos impostos, desde os segmentos do agronegócio até a construção civil. “Todos aqueles cujas isenções fiscais foram cortadas acionaram suas máquinas de lobby”, informou uma fonte que participou das discussões. A resistência tornou-se mais evidente com a oposição e setores do Centrão, que se sentiram excluídos das discussões, levantando críticas expressivas sobre a falta de diálogo do governo.

Adicionalmente, a pressão aumentou com a recente informação de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, deu um ultimato ao Congresso sobre a criação de um “novo Orçamento Secreto”, o que gerou ainda mais descontentamento entre os legisladores.

“Aqui ninguém acredita que tenha sido uma decisão tomada só por Dino. Nesse assunto, nunca houve coincidências,” comentou um deputado, referindo-se a uma suposta estratégia política mais ampla.

A incapacidade de reação do governo

Os acontecimentos demonstram uma preocupante incapacidade do governo em lidar com a oposição e as pressões internas. A falta de apoio ao ministro Haddad, por exemplo, evidenciada pela sua solidão política em meio a críticos, mostra um governo que não conseguiu articular um consenso em torno de suas propostas fiscais.

À medida que a tensão aumenta no Congresso, a pergunta que muitos fazem é: como o governo pretende avançar diante dessa nova realidade política? Sem um líder forte que possa atuar como mediador, a situação parece se complicar ainda mais, especialmente para o presidente Lula, que deve lidar com a queda em sua popularidade e a necessidade de aprovar iniciativas essenciais para reerguer sua administração.

As declarações de Motta sugerem que a paciência dos parlamentares está se esgotando e, diante da ausência de ações concretas por parte do governo, tanto os apoiadores quanto os opositores podem se unir em um esforço por um novo curso de ação. O resultado desses desdobramentos poderá definir o futuro político e econômico do Brasil nos próximos meses.

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