Um grupo de pais apresentou nesta semana reclamações formais a três agências federais dos Estados Unidos, solicitando investigação contra a YMCA por supostas violações da lei ao permitir que homens biológicos acessem áreas reservadas às mulheres, como vestiários, banheiros e acampamentos noturnos.
Acusações de violação do Title IX e ideologia de gênero
A Aliança dos Pais Americanos (APC), liderada por Alleigh Marré, enviou cartas em 10 de junho às secretarias do Departamento de Educação, Saúde e Serviços Humanos, e Habitação e Desenvolvimento Urbano, pedindo que fiscalizem possíveis infrações ao Title IX, lei que proíbe discriminação com base no sexo.
“A YMCA traiu as famílias que diz representar”, afirmou Marré, destacando que meninas estão obrigadas a compartilhar espaços com homens biológicos, muitas vezes sem que os pais tenham conhecimento. “Como organização financiada com mais de 600 milhões de dólares de recursos públicos, a YMCA deve proteger as meninas, e não sacrificar a segurança e a privacidade delas por ideologias de gênero,” completou.
Segundo a APC, por receber recursos federais, a YMCA está vinculada às regras do Title IX, que sim usam critérios de sexo biológico. O presidente Donald Trump, em ordem executiva, reforçou esse entendimento ao estabelecer que os direitos anti-discriminação federais se baseiam no sexo, não na identidade de gênero, e orientou que espaços íntimos, como banheiros e vestiários, sejam protegidos para mulheres e meninas.
Políticas controversas e casos recentes
A denúncia também afirma que a YMCA mantém “políticas discriminatórias” que colocam crianças em risco e promove “ideologia de gênero radical.” Um documento de 2017, excluído do site da YMCA, orientava a criação de espaços seguros para jovens LGBTQ+ e sugeria que instalações fossem acessadas com base na identidade de gênero de cada um, independentemente do sexo biológico.
Alleigh Marré comentou que essas recomendações não são “teóricas” e citou exemplos de situações em que mulheres e meninas tiveram que dividir espaços com homens.
Recentemente, uma idosa de 80 anos foi banida de uma piscina de YMCA em Washington após expressar preocupações sobre um homem biológico na área feminina. Em setembro, várias mulheres em uma academia na Califórnia também relataram que masculinos frequentes acessaram o vestiário feminino, gerando reclamações
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Em Missouri, a polícia investiga denúncia de exposição indecente por parte de um homem condenado por se exibir diante de crianças em um vestiário de YMCA, após relatos de que a instituição permite o uso dos espaços de acordo com a identidade de gênero.
Resposta da YMCA e debate sobre políticas
A YMCA nega todas as alegações, descartando o documento de 2017 como uma “ideia de blog” não obrigatória. Um porta-voz afirmou que “não há uma política nacional sobre vestiários e banheiros baseada na identidade de gênero”. A organização também afirmou que promove a segurança e privacidade de seus membros, pois as leis estaduais ainda estão em evolução.
Entretanto, Marré criticou a resposta da YMCA, afirmando que a retirada silenciosa dos documentos e páginas sobre ideologia de gênero demonstra que a organização não quer esclarecer sua política oficial. Ela ainda destacou que, enquanto a YMCA não informar explicitamente que separa espaços por sexo biológico, os pais devem questionar as políticas locais antes de permitir que seus filhos participem de atividades.
A organização de Marré fornece questionamentos para que os pais possam orientar suas indagações às unidades locais da YMCA, buscando garantir a proteção de suas crianças.
Fonte: Catholic News Agency.