Brasil, 13 de junho de 2025
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Deputada Carla Zambelli corre risco de prisão na Itália

Renato Mosca, embaixador do Brasil na Itália, confirma que a deputada Carla Zambelli pode ser presa a qualquer momento.

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) enfrenta uma situação jurídica delicada que pode resultar em sua prisão a qualquer momento na Itália. O embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca, fez essa afirmação em entrevista à GloboNews, destacando que o pedido de extradição da parlamentar foi oficialmente entregue ao Ministério das Relações Exteriores da Itália.

Mobilização para a prisão da deputada

Segundo Mosca, existe uma operação em andamento para deter a deputada, que consta na lista de difusão vermelha da Interpol. “As autoridades italianas acataram o pedido e ela poderá ser presa a qualquer momento”, declarou o embaixador. Contudo, ele esclareceu que não há uma operação de busca e apreensão no local que é considerado como domicílio da parlamentar na Itália, o que limita a atuação das forças de segurança locais.

A pressão sobre Carla Zambelli aumenta, à medida que as forças policiais italianas estão ativamente envolvidas na investigação, buscando localizar e capturar a deputada, que é considerada foragida da Justiça brasileira. “As forças policiais italianas estão trabalhando na investigação e na localização dessa foragida da Justiça brasileira”, acrescentou Mosca.

Dupla cidadania e extradição

Um ponto de discussão relevante levantado durante a entrevista foi se a dupla cidadania de Zambelli poderia impedir sua extradição para o Brasil. O embaixador esclareceu que, embora a Constituição tanto do Brasil quanto da Itália normalmente proíba a extradição de cidadãos nacionais, há exceções. “A nossa cooperação penal e judiciária é muito eficaz, muito produtiva. Há, hoje, 14 pedidos de extradição de brasileiros, quatro deles de ítalo-brasileiros”, afirmou Mosca, ressaltando que um tratado de extradição entre os dois países facilita o processo.

Casos anteriores de extradição

O embaixador mencionou que a extradição é, em última análise, uma decisão soberana da Justiça italiana. Ele lembrou do caso de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, que foi extraditado ao Brasil após condenação no processo do mensalão. “A Constituição não veta totalmente essa possibilidade”, afirmou, enfatizando a relevância de precedentes nesse tipo de situação.

Reações e processo judicial

Mosca também comentou sobre as reações de parlamentares italianos a respeito da extradição de Zambelli. Alguns deles defendem que a deputada não pode ser considerada intocável, dada sua suposta dívida com a Justiça. “Houve várias manifestações de parlamentares italianos que defendem a extradição”, disse o embaixador.

Durante a entrevista, o embaixador foi questionado sobre como as autoridades italianas reagiram ao pedido do governo brasileiro. Ele destacou que, com o pedido de extradição em mãos, a Itália não manifesta uma posição favorável ou contrária nesse momento, mas trata-se de uma questão técnica. “Está seguindo um procedimento normal, e caberá ao Judiciário italiano fazer uma avaliação da situação quando Zambelli for capturada”, explicou Mosca.

O embaixador acredita que, uma vez capturada, a deputada terá amplo direito de defesa durante o processo judicial na Itália, que, segundo ele, deve durar menos de um ano. A situação da deputada Zambelli continua sendo monitorada com atenção não apenas pelo governo brasileiro, mas também pela opinião pública internacional.

O desenrolar desse caso levanta questões importantes sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Itália e o funcionamento do sistema judiciário em casos de extradição, especialmente em situações que envolvem indivíduos com dupla cidadania.

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