Brasil, 13 de junho de 2025
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China limita exportações de terras-raras, afetando cadeia de suprimentos militar dos EUA

Controle chinês sobre minerais essenciais expõe vulnerabilidade na cadeia de defesa americana e europeia

A China intensificou suas restrições sobre a exportação de metais de terras-raras, específicos para a fabricação de ímãs utilizados em equipamentos militares, expondo uma fragilidade na cadeia de suprimentos dos Estados Unidos e aliados na Europa. As medidas, que entraram em vigor em 4 de abril, dificultam o reabastecimento de estoques de materiais críticos, após anos de dependência chinesa.

Impacto na indústria militar e na cadeia de suprimentos

Por mais de uma década, os EUA não conseguiram desenvolver uma alternativa viável ao fornecimento chinês de um tipo particular de terra-rara, essencial na produção de ímãs que suportam altas temperaturas em mísseis, caças e sistemas de defesa. A vulnerabilidade ficou ainda mais evidente com a interrupção nas exportações de sete tipos de metais de terras-raras, incluindo o samário, controlados majoritariamente pela China.

Controle chinês sobre minerais estratégicos

A China responde por toda a oferta global de samário, metal de terras-raras utilizado quase exclusivamente em aplicações militares devido à sua resistência ao calor. Os ímãs de samário têm capacidade de suportar temperaturas elevadas sem perder força magnética e são essenciais em motores de alta velocidade e sistemas de orientação de mísseis. Segundo especialistas, esses minerais são fundamentais para o funcionamento de equipamentos de defesa avançados.

Medida chinesa e resposta internacional

O Ministério do Comércio da China declarou que os materiais têm usos civis e militares e que novas exportações só serão permitidas mediante licenças especiais, sob a justificativa de salvaguardar a segurança nacional e cumprir obrigações internacionais de não proliferação. Desde então, a China começou a emitir licenças para alguns ímãs que contêm disprósio e térbio, metais de terras-raras utilizados em sistemas de freio e direção automotivos, mas não para o samário, cujas aplicações civis são mínimas.

As restrições ocorreram no momento em que EUA e Europa tentam reconstruir seus estoques de armamentos de alta tecnologia, após o esgotamento causado pelo envio de armas para a Ucrânia e conflitos na Faixa de Gaza. Pequim mantém o controle rígido, sem sinais de que vá abandonar completamente o sistema de licenciamento que limita exportações.

Reuniões e negociações internacionais

Autoridades chinesas e americanas se reuniram em Londres por dois dias para negociar um acordo que trouxe uma trégua tarifária e acelerou a liberação de terras-raras. Porém, analistas apontam que a reabertura total do fluxo desses minerais é improvável, devido às próprias estratégias de segurança nacional da China.

Dependência dos EUA e perspectivas futuras

O principal usuário de samário dos Estados Unidos, a Lockheed Martin, consome cerca de 23 quilos do metal em cada caça F-35. A empresa afirmou que monitora constantemente a cadeia de suprimentos para garantir o acesso a materiais críticos, mas reconhece a dependência do produto chinês. Nos Estados Unidos, esforços para construir unidades de produção de samário fracassaram por razões comerciais, agravando a vulnerabilidade.

Autoridades americanas, preocupadas com a dependência, têm buscado consolidar contratos para a instalação de fábricas domésticas, embora até o momento nenhuma tenha sido efetivamente construída. Para especialistas como Stanley Trout, da Universidade Estadual de Denver, a situação indica que o controle chinês sobre o mercado de terras-raras deve persistir, complicando o cenário estratégico dos EUA.

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