Brasil, 13 de junho de 2025
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Câmara pauta urgência para derrubar decreto do IOF

A Câmara dos Deputados discute a urgência de um projeto que visa sustar alterações no Imposto sobre Operações Financeiras.

Na próxima segunda-feira (16), a Câmara dos Deputados irá pautar a urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que pode revogar o recente decreto presidencial sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O governo federal reeditou o decreto, reduzindo as mudanças implementadas anteriormente em maio, mas a nova proposta ainda é alvo de críticas e pedidos de derrubada. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que o clima na Casa não é favorável ao aumento de impostos para resolver problemas fiscais.

O que diz o novo decreto?

O governo elevou algumas alíquotas do IOF na tentativa de cumprir a meta fiscal de 2025. Desde o início do ano, já foram bloqueados mais de R$ 30 bilhões do orçamento, e a elevação do IOF visava arrecadar cerca de R$ 20 bilhões. Mesmo assim, muitos parlamentares criticaram a medida, argumentando que a solução não deve ser o aumento de impostos, mas sim o corte de despesas.

A votação da próxima semana discutirá a urgência da análise do decreto do IOF, mas o mérito da proposta ainda não foi debatido. Caso o PDL 313 seja aprovado, o decreto anterior voltará a vigorar, trazendo alíquotas ainda mais altas e implicações diretas na arrecadação federal.

A posição do governo e a resistência parlamentar

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu a manutenção do novo decreto, ressaltando que somente uma parte do texto original foi preservada. A maior parte das modificações foi realizada após diálogos com parlamentares e que as mudanças ainda refletem as necessidades do mercado financeiro, que corresponde a apenas 2% a 3% das operações.

Por outro lado, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a intenção é derrubar tanto o novo decreto quanto o anterior. Ele sugeriu a possibilidade de unir as propostas em uma única votação para facilitar o processo. Em resposta, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a decisão da Câmara de pautar a urgência, considerando-a incompreensível e prejudicial, já que a revogação do novo decreto traz de volta o decreto anterior com alíquotas mais elevadas.

Contexto fiscal e suas repercussões

A decisão do governo de alterar as alíquotas do IOF faz parte de uma série de medidas para controlar o teto de gastos estabelecido pelo novo arcabouço fiscal. O governo alega ter feito um esforço considerável de contenção de despesas e argumenta que novos cortes na arrecadação tributária afetariam os serviços públicos essenciais, como saúde e educação.

A oposição, no entanto, mantém firme sua posição contra o aumento de impostos e questiona a decisão do Executivo de continuar buscando alternativas que impactem diretamente a população.

O cenário continua instável e as discussões em torno do IOF refletem a tensão entre a necessidade de arrecadação e a pressão por controle fiscal. Com a votação da urgência se aproximando, as próximas semanas serão cruciais para a definição do futuro da política fiscal brasileira.

Se o PDL for aprovado na Câmara, ele ainda precisará passar pelo Senado, onde a resistência a aumentos de impostos pode se manifestar de maneira semelhante. O governo está agora em uma corrida contra o tempo para assegurar a manutenção de seu novo decreto e minimizar os impactos de uma possível revogação.

Essa mobilização entre o governo e o Legislativo ilustra as complexdades da política econômica no Brasil, onde cada decisão sobre impostos e arrecadação pode impactar diretamente a vida dos cidadãos.

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