O caso do assassinato de Raissa Suellen Ferreira da Silva, uma jovem de apenas 23 anos, pela figura conhecida como humorista Marcelo Alves, comoveu e chocou o Brasil. O crime, que ocorreu em Curitiba, no dia 2 de junho, gerou repercussão significativa nas redes sociais e na mídia, levantando discussões sobre a violência contra a mulher e o feminicídio. Raissa estava desaparecida por oito dias até que seu corpo foi encontrado, e a confissão do autor do crime levanta mais interrogações sobre suas motivações e circunstâncias.
Quem eram Raissa e Marcelo?
Raissa, uma jovem nascida em Paulo Afonso, na Bahia, tinha uma vida promissora pela frente. Além de ser uma aspirante a modelo e cantora, ela foi coroada Miss Serra Branca Teen em 2020 e havia se mudado para Curitiba com grandes sonhos. Por outro lado, Marcelo Alves, de 40 anos, conheceu Raissa quando ela tinha apenas 10 anos em um projeto social e sempre teve um papel próximo à sua família. Porém, a amizade que começou como um laço familiar culminou em um ato trágico e perturbador.
Como ocorreu o crime?
De acordo com os relatos, Marcelo atraiu Raissa para sua casa sob uma falsa promessa de emprego. Após um almoço em sua residência, ele tentou se declarar. A reação da jovem, que o rejeitou, levou Marcelo a um estado de “ódio e descontrole”. Ele a estrangulou com uma abraçadeira plástica. Em seguida, o ato brutal foi seguido por um desfecho ainda mais trágico: com a ajuda de seu filho, Dhony de Assis, ele escond eu o corpo em uma área de mata em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
O que diz a polícia e as investigações
A polícia, liderada pela delegada Aline Manzzato, descreveu o crime como premeditado, embora a defesa de Marcelo argumente que ele agiu sob “domínio de violenta emoção”. A falta de sinais de defesa no corpo de Raissa e a descoberta de inconsistências nas declarações de Marcelo levantam questões sobre a dinâmica do crime. O laudo preliminar não confirmou a causa da morte como estrangulamento, e outros fatores, como possível dopagem da vítima, estão sendo investigados.
O papel do filho e suas consequências
Dhony de Assis, o filho de Marcelo, também se tornou parte central da investigação. Embora os relatos sugiram que ele não participou do assassinato propriamente dito, ele ajudou o pai a ocultar o corpo e, por isso, foi preso. A sua declaração de que “esperou no carro” enquanto o pai realizava as ações faz com que sua participação ainda seja questionada. Seu advogado afirmou que Dhony agiu sob pressão emocional extrema.
Repercussões sociais e jurídicas
A repercussão do caso levou a sociedade a discutir mais a fundo as questões relacionadas à violência de gênero e feminicídio no Brasil. Diversos grupos começaram a se mobilizar para exigir justiça, e os próximos passos legais em relação a Marcelo e Dhony estão sendo acompanhados de perto. O advogado de Marcelo disse que ele é réu primário e que a confissão poderia influenciar na pena, destacando o caráter impulsivo e emocional do crime.
O que falta esclarecer?
A delegada afirmou que as investigações ainda estão em andamento e que muitos pontos permanecem obscuros, incluindo se houve premeditação, a verdadeira motivação por trás do ato e a total participação do filho no crime. A comunidade clama por respostas enquanto a família de Raissa lida com a dor da perda.
O caso, com todos os seus desdobramentos, não só traz à tona uma tragédia pessoal, mas também expõe temas urgentes sobre a segurança da mulher e a necessidade de mudanças sociais mais amplas para prevenir futuros crimes dessa natureza. O sentimento de impotência e revolta clama por um olhar mais atento à violência que atinge tantas mulheres em nosso país.