A cidade de São Paulo enfrenta um aumento alarmante nas mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas pela influenza, com um crescimento de 57,1% registrado entre janeiro e maio deste ano em comparação com 2024. Diante dessa situação crítica, a Prefeitura lançou uma campanha de vacinação que vem sendo realizada em locais estratégicos, como estações de trem, metrô e terminais de ônibus, uma medida que se estenderá até 27 de junho.
Situação preocupante da gripe em São Paulo
Até o momento, a capital paulista contabiliza 121 óbitos atribuídos à SRAG, em comparação com 77 no ano anterior. O número de casos graves também preocupa, com 1.368 registros até agora, um aumento de 39% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 983 casos. Apesar da gravidade da situação e da aproximação do inverno, a adesão à vacinação continua baixa, com apenas 40% dos grupos prioritários se vacinando até o momento. A meta estabelecida pela Prefeitura é de 90%.
Estratégia de vacinação em locais de grande circulação
Para expandir o alcance da campanha, a Secretaria Municipal da Saúde decidiu facilitar o acesso à vacina, instalando pontos de vacinação em terminais de ônibus e estações de trem. A ideia é atender especialmente aqueles que trabalham durante o horário comercial e não conseguem se vacinar nas unidades de saúde tradicionais. Essa estratégia visa não só aumentar a cobertura vacinal, mas também proteger os grupos mais vulneráveis da população.
O cozinheiro Renato de Souza, que se vacinou no terminal, comentou: “Eu achei prático. Eu gostei da ideia de vir para o terminal”. Da mesma forma, a auxiliar de limpeza Glória Inácia de Oliveira destacou a importância da iniciativa: “Foi uma ótima ideia ter colocado assim. Pelo menos as pessoas que não têm tempo de ir ao posto de saúde podem recorrer a essa opção”. Essa percepção positiva é um reflexo do que as autoridades locais esperam alcançar com a campanha.
Impactos e alertas dos especialistas
A médica infectologista Carla Koayashi destaca a importância da imunização, especialmente para aqueles que estão em maior risco de complicações: crianças, gestantes e idosos. “É evitar que aquele indivíduo que tem o maior risco de evoluir para os quadros mais graves — que são os idosos, as crianças menores do que 6 anos, as gestantes — evoluam pra uma necessidade de internação ou até mesmo para um quadro mais grave de óbito”, afirmou a especialista.
Koayashi ressalta que, embora a vacina não previna totalmente a infecção pelo vírus, ela é fundamental para reduzir a gravidade dos sintomas e as chances de hospitalização. “A vacina não impossibilita que você tenha a infecção, mas ela não causa a infecção da gripe. É uma vacina de vírus inativado, então ela não tem o poder de causar a doença”, explicou.
Um cenário nacional preocupante
O alerta não é restrito a São Paulo. Um boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sinaliza que a capital paulista está entre as 15 cidades brasileiras com um crescimento prolongado de casos de síndrome respiratória. A Influenza A, particularmente entre crianças e idosos, é identificada como a principal causa dos óbitos registrados. Essa escalada de casos e mortes ressalta a importância da vacinação e da conscientização sobre a gripe e suas consequências.
Com a campanha em andamento e as iniciativas para facilitar o acesso à imunização, espera-se que a adesão à vacina aumente e, consequentemente, que o número de casos graves e mortes por gripe diminua significativamente nos próximos meses.
Por fim, a Prefeitura de São Paulo continua a fazer esforços para garantir que todos os cidadãos tenham acesso à vacina e estejam protegidos contra a gripe, especialmente em um período crítico como o inverno.
